Sassaricando-Oscar Nora – 16 de agosto de 2021

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Foto: Ilustração: Blog do Alan Ribeiro

Com que idade se percebe o talento daquele que um dia será craque na sua modalidade esportiva? No caso da Jhulia Rayssa Mendes Leal, aos treze anos de idade medalha de prata no skate dos Jogos Olímpicos Tóquio/2020, surgiu aos oito anos. Nessa idade, sem dúvida, boa quantidade de futuros atletas de ponta já pode ser notada.
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E o local ideal para um garimpo fértil é a escola. Infelizmente no Brasil não é assim. Em meu currículo escolar, no curso primário recordo de uma única atividade em 4 anos. No ginásio, apenas o futebol era praticado, e só uma vez por semana. No curso científico e nos de terceiro grau, nenhuma atividade. Com raras exceções, pouco mudou nos dias atuais.
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Nos Estados Unidos, ao iniciar sua vida escolar, o jovem já tem contato com disciplinas esportivas que se tornam mais frequentes e competitivas entre os oito e 13 anos, nas modalidades de futebol, basquete, tênis e atletismo. Depois do fracasso olímpico em 1988, a Austrália fez um programa parecido e agora, 31 anos depois, o país é o sexto no ranking mundial.
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Por essa razão, é muito oportuna a carta aberta dos Atletas Pelo Brasil, organização sem fins lucrativos que, em uma iniciativa inédita no mundo, reúne atletas e ex-atletas de diferentes gerações e modalidades, pela melhoria do esporte e, por meio do esporte, pelos avanços sociais do país.
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Elaborada logo após Tóquio/2020, a Carta parabeniza o esforço do atleta brasileiro, sustenta a importância de priorizar o esporte nas escolas e propõe uma Agenda para o segmento, com medidas a serem adotadas urgentemente.
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O principal caminho apontado para minimizar o cenário de defasagem esportiva do país é a implementação do Plano Nacional do Desporto – política que estabelece diretrizes, objetivos e metas para o desenvolvimento nacional do Esporte e incentiva o esporte educacional, direcionando os recursos públicos para o setor de maneira planejada entre Governo Federal, Estados e Municípios.
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A turma dos atletas pelo Brasil sabe o que está dizendo. Sem o Plano Nacional para o Desporto, os recursos públicos referentes ao Esporte não são aplicados estrategicamente, os agentes integrantes do sistema esportivo ficam sem atribuições claras e um país inteiro é prejudicado. De fato, não pode continuar com o freio de mão puxado, um assunto que já é projeto de Lei, mas está parado há 23 anos nas gavetas dos gestores públicos.
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