Sassaricando- Oscar Nora – 14 de agosto de 2019

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Foto: Divulgação

O Brasil voltou dos Jogos Pan-americanos Lima/2019 em alto astral. Obteve um inédito número de medalhas – 171 – bem superior aos 141 pódios em Toronto/2015 e também 141 nos Jogos de Guadalajara em 2011. Foi um desempenho superior, inclusive, ao dos Jogos que sediou no Rio de Janeiro, em 2007, quando obteve somente 157 medalhas.
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Em Lima, os atletas levaram o Brasil, pelo número de medalhas de ouro e totais de medalhas, a ser o segundo colocado na classificação pan-americana. Uma pontuação que, de fato e direito, sempre deveria lhe caber ao lado dos Estados Unidos, se levarmos em conta as dimensões territoriais, o clima e as maiores populações continentais.
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Somente agora, 56 anos depois, o Brasil volta a assumir esse destaque obtido quando sediou os Jogos em São Paulo, no ano de 1963. Antes de Lima, em 2015 perdemos a posição para o Canadá e ficamos em terceiro lugar. Em 2011 e 2007, perdemos para Cuba e ficamos novamente em terceiro. Em 2003, amargamos um quarto lugar, depois dos Estados Unidos, Cuba e Canadá.
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Em Lima o Brasil ainda conquistou 29 vagas olímpicas para Tóquio 2020. Ao todo, 41 modalidades trouxeram medalhas, sendo que 22 ganharam ao menos um ouro. Para completar a série de números expressivos, 18 modalidades melhoraram seus resultados em relação a Toronto 2015, enquanto 12 delas fizeram as melhores campanhas em todas as edições dos Jogos.
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Os resultados em Lima devem ser exaltados. Mas, também devem ser avaliados com reflexão e sabedoria porque os Jogos Olímpicos em Tóquio, no ano que vem, serão um desafio bem maior. Nossos nadadores, com 32 medalhas, bateram um recorde em Pan-americanos. Mas a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos está em verdadeira pré-falência.
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Todos sabemos que há muito tempo os Jogos Olímpicos, deixaram de ser o sonho de absoluto amadorismo no qual tinha absoluta crença o Barão de Coubertain. Embora nem seja o dono da frase, o idealizador dos Jogos Olímpicos da era moderna sempre dizia: “O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade.”
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Isso mudou. O atleta moderno, para ser eficiente, precisa lapidar seu talento com dedicação exclusiva nos treinos e competições da sua modalidade. Especialmente quando se destaca e, de coadjuvante, passa a ser protagonista. Quem banca suas despesas de cidadão espartano no diferente, oneroso e capitalizado século vinte e um?
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Colaborando na resposta a essa pergunta, Bolsa Atleta, Lei Piva, patrocinadores públicos e privados importantes um dia se tornaram mecenas deste cenário. Tempos depois, contudo, fugindo de dirigentes corruptos, desistiram da obsequiosa contribuição. Daí resulta que a penúria será nosso grande adversário no esporte olímpico.
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Foto: Wander Roberto/COB

Terminados os Jogos Pan-americanos, Larissa Martins de Oliveira, nadadora de 26 anos, se tornou uma lenda ao conquistar sete medalhas na capital peruana, com isso atingindo duas marcas expressivas: a de brasileira com mais pódios em uma única edição do Pan (7) e a de brasileira com maior número de medalhas no evento (10), ao lado da ginasta Daniele Hypolito. As nadadoras brasileiras: Etiene Medeiros, 5 medalhas e Manuella Lyrio, 4, também atingiram marcas expressivas em Lima.

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