VOLTA REDONDA
Um mega show com a rainha do soul brasileiro, Sandra Sá, atraiu mais de cinco mil pessoas para o térreo da Biblioteca Municipal Raul de Leoni na noite dessa segunda-feira (20). A atração fez parte da programação do Dia da Consciência Negra em Volta Redonda.
O show, promovido pela Prefeitura de Volta Redonda, através da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), contou com um repertório composto por sucessos gravados pela cantora, que incluiu grandes hits de sua carreira, como “Retratos e Canções”, “Bye Bye Tristeza”, “Solidão”, entre outros, e levou o público a vibrar a cada canção entoada pela artista.
Além do show, a SMC realizou uma série de atividades na cidade para marcar a data. As ações, realizadas no Memorial Zumbi, começaram no domingo (19), e foram até a segunda, dia 20. A celebração fez parte do Projeto Consciência Negra VR, que prevê a realização de diversas ações ao longo do ano pela SMC, para celebrar a força e a riqueza da cultura afro, fortalecendo a luta contra o racismo.
Entre as principais ações estão: o Tour Afro Pedagógico, que recebe escolas públicas e privadas, para conhecer a história do Memorial Zumbi e suas dependências; o Cine Zumbi, um projeto que faz uma exibição mensal de filmes/curtas com temas afro-brasileiros, de diretores ou produtores negros, no espaço Memorial Zumbi dos Palmares e a Biblioteca Municipal Sérgio Alves Zacarias, a única na região com toda temática negra.
São realizadas ainda atividades pontuais e importantes como a Semana dos Museus, Semana dos Arquivos do IBRAM, onde foram produzidos debates sobre o Racismo Ambiental, com a presença do jornalista da TV Globo, Chico Regueira; atividades pedagógicas de relevância, como os encontros sobre Afro Matemática; e a abertura de exposições importantes para a comunidade negra da cidade, como “Terreiros”, “Marielles e Carolinas Pensando Juntas o Futuro” e a exposição “Terezas”, que homenageou mulheres negras da cidade de Volta Redonda e região, através de desenhos e caricaturas.
A professora Adelaide Maria Afonso, 65 anos, moradora do Vila Rica, participou das atividades e ressaltou a importância das comemorações.
“Não é apenas um show, mas sim um momento de pensar sobre a questão racial no Brasil. Estamos vivendo uma desigualdade muito grande e quando vemos uma festa de rua como essa, ela traz para nós um breve momento de integração. O racismo é muito cruel e é silencioso aparentemente. Mas para nós, pessoas pretas, o racismo é gritante. É como uma sirene de vários carros de bombeiros gritando no nosso ouvido: ‘você não pode ficar’, ‘você não pode ficar’, ‘aqui não é o seu lugar’. Esse trabalho da Prefeitura de Volta Redonda, através da secretaria de Cultura, tem que ser valorizado. Aqui temos ações durante o ano todo, e isso é motivo para comemorar”, disse a professora.