RIO DE JANEIRO
A defesa dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho confirmou que o casal Garotinho foi preso na manhã de hoje pela Polícia Federal (PF), no entanto só se pronunciará sobre as prisões quando tiver acesso aos documentos que embasaram os mandados de prisão, o que ainda não aconteceu.
A assessoria de imprensa disse que o ex-governador Anthony Garotinho foi preso em seu apartamento na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio, enquanto a ex-governadora foi detida em sua casa em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense.
GAROTINHO DENUNCIA PERSEGUIÇÃO
Em nota distribuída hoje por sua assessoria de imprensa, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, atribui a sua prisão e a de sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, a uma perseguição que, explica, vem sendo vitima desde que denunciou o esquema do ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio.
Com o título “Querem Calar o Garotinho mais uma vez”, a nota destaca que quem assinou o pedido de prisão foi o juiz Glaucenir de Oliveira, “o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho no ano passado, logo após ele ter denunciado [o desembargador] Luiz Zveiter à Procuradoria Geral da República”.
Garotinho sustenta, ainda, que “nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime” e, conforme disse ontem em um programa, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio, durante a primeira prisão do parlamentar, semana passada, no presídio de Benfica. “Na ocasião, o presidente da Alerj [Picciani] teria afirmado que iria dar um tiro na cara do Garotinho”, diz a nota.
NOTA DA POLÍCIA FEDERAL
Trata-se de ação que apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.
Participam da operação aproximadamente 50 policiais federais nos municípios do Rio de Janeiro/RJ, Campos dos Goytacazes/RJ e São Paulo/SP.
Durante as investigações, a PF e o Ministério Público Estadual identificaram elementos que apontam que uma grande empresa do ramo de processamento de carnes firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé/RJ para prestação de serviços na área de informática. Suspeita-se que os serviços não eram efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente 3 milhões de reais, serviria apenas para o repasse irregular de valores para utilização nas campanhas eleitorais.
Outros empresários também informaram à PF que o ex governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo poder público daquele município. Um ex secretário municipal também foi preso.