SUL FLUMINENSE
Movidos pelos sentimentos de fé, gratidão e devoção, desde o início desta semana romeiros de toda região estão em peregrinação rumo ao Santuário Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida (SP), para celebrar o Dia da Padroeira, neste sábado, dia 12. Grupos de fiéis de Barra Mansa, Volta Redonda e cidades vizinhas, com apoio das equipes que os acompanham ao longo do trajeto, saíram na madrugada desta terça-feira com a expectativa de chegarem ao destino entre sexta-feira, dia 11, e sábado, após enfrentarem mais de 140 quilômetros a pé.
Pela primeira vez encarando esse desafio, a jornalista Flávia Resende, de 42 anos, acompanhada da cunhada, Emeline Ramos, de 36 anos, falou sobre o sentimento e a expectativa para chegada ao Santuário, onde no sábado elas participarão da missa dos romeiros. “O coração está a mil. Estou muito feliz de poder viver esse momento. Agradeço ao meu marido que está com as minhas filhas, sendo meu suporte pra eu conseguir participar da caminhada. Tenho certeza de que será uma jornada de transformação”, comentou a jornalista, que saiu com um grupo de 60 pessoas às 4 horas da manhã, da Praça da Matriz, em Barra Mansa.
Questionada sobre o que a levou a fazer a romaria, Flávia contou que é em agradecimento a uma benção recebida, que foi a recuperação da saúde do sobrinho, que está perto de fazer dois anos e nasceu com hidrocefalia. O pequeno chegou a ficar cem dias internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, e na ocasião Flávia contou que fez um pedido a Nossa Senhora que ele tivesse alta e ficasse bem.
“Estamos eu e a minha cunhada, que é a mãe do meu sobrinho Caio, em honra a Nossa Senhora e para agradecer pela vida e a saúde dele. Fizemos mais de seis horas de caminhada de Barra Mansa até Resende, mas nosso grupo teve todo apoio e suporte das equipes. O primeiro dia é mais puxado, o percurso é mais longo, mas graças a Deus conseguimos cumprir”, acrescentou.
Terceiro ano de romaria
A confeiteira Vania Gabriel da Silva Teixeira, de 62 anos, mora em Barra Mansa e vai fazer a peregrinação pela terceira vez, com um grupo que sai de Volta Redonda. Ela conta que Sempre viu os peregrinos e sempre teve vontade de ser um deles, embora achasse que não iria conseguir. “Uma amiga foi há uns anos atrás e me motivou, ela me disse que Nossa Senhora ajuda. Quando você acha que vai desistir e que não aguenta mais, Nossa Senhora te leva. Nunca foi por promessa, sempre foi devoção e amor. Levo sempre comigo os pedidos de amigos e família, como no ano passado que tinha uma irmã com problemas de saúde eu pedi por ela e esse ano como ela está melhor, vou agradecer a graça”, ressaltou.
Vania disse que no primeiro ano a ansiedade era muito grande, pois não sabia como iria ser, mas que agora já se sente mais tranquila por saber como se preparar, o que levar e como é o trajeto.
“É uma caminhada muito bonita, encontramos muitas pessoas com motivações diferentes e pessoas que estão apenas para nos ajudar e dar força. Os motoristas já estão cientes que estamos ali, muitos passam buzinando e nos dizendo palavras de força e fé”, contou.
Grupo de romeiros cresceu ao longo dos anos
O comerciante Carlos Alberto, de 63 anos, da Paróquia São Sebastião, no bairro Retiro, em Volta Redonda, é um dos responsáveis por um grupo de romeiros que, segundo ele, cresceu muito desde 2016, quando fizeram a romaria pela primeira vez. Segundo ele, nesta terça-feira foram 93 pessoas, com apoio de duas vans, caminhonete, um carro, mais dois ônibus que também estão incluídos na logística.
“Começamos com 14 pessoas e hoje são quase cem romeiros que fazem paradas para dormir em Resende, Queluz, Cachoeira Paulista, chegando em Aparecida na sexta-feira. Eu comecei a organizar para pagar a promessa por uma graça recebida e, agora, que não consigo caminhar, participo do apoio. O Sentimento é o mesmo, é especial e até difícil de explicar. Comecei pagando uma promessa e hoje vou em agradecimento pela minha família. É um momento de muita emoção, sempre”, enfatiza Alberto.
Voluntários montam tendas ao longo da rodovia
Para apoiar no árduo trajeto, os pontos montados às margens da rodovia, por voluntários, oferecem água, alimentação, atendimento médico, massagem, banheiro e espaço para banho, além de locais de descanso, por exemplo. Este ano, mais de 110 pontos fixos de apoio ao romeiro terão atendimento na via durante a Festa da Padroeira. Neste ano, são esperados até dezembro mais de 13 milhões de peregrinos em Aparecida, segundo a Polícia Militar.
