A Rio Zin, terceirizada já conhecida por encerrar o contrato com o Governo Municipal e deixar centenas de trabalhadores sem receber, volta a deixar furo. Desta vez, mais de 60 pessoas ficaram sem receber pelos serviços prestados à empresa no Hospital Municipal Munir Rafful (HMMR), o Hospital do Retiro. Assim que a Organização Social (OS) Mahatma Gandhi assumiu a direção da unidade hospitalar, os funcionários da terceirizada ficaram sem saber o que fazer, pois não tinham certeza se seriam mantidos no emprego pela nova administração, mas o que não imaginavam é que ficariam sem pagamento e sem os diretos trabalhistas.
Segundo os trabalhadores, além do salário de novembro e os dias trabalhados em dezembro, a empresa deixou de pagar também a segunda parcela do décimo terceiro, ticket refeição, vale transporte e os direitos trabalhistas dos ex-funcionários. “A empresa foi embora e não deu baixa na nossa Carteira de Trabalho. Hoje, alguns foram aproveitados pela nova empresa, a Atitude, que assumiu o serviço de higienização no hospital, e outros pela própria OS, mas a Carteira continua em aberto”, reclamou um trabalhador.
DEMISSÃO
Os reclamantes disseram ainda que muitos deles, com até dois anos de serviço, foram obrigados pela Rio Zin a fazer uma carta assinada e pedir demissão para serem admitidos na nova empresa. E mesmo assim, de acordo com eles, ficaram sem receber seus direitos. “Nós ainda fomos aproveitados, mas outros continuam desempregados. Não estamos querendo nada demais, a não ser o que é nosso de verdade”, informou outra trabalhadora.
Ontem pela manhã, um grupo de funcionários esteve na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para se informar se o dinheiro foi repassado à Rio Zin e teve a garantia que sim. Só que, de acordo com eles, a empresa alega que não pagou porque não havia recebido. Ao A VOZ DA CIDADE, a Secretaria de Saúde informou que o pagamento foi feito à empresa na ultima sexta-feira, 11.
Os funcionários estiveram também na sede do Sindicato de Asseio e Conservação. Procurado pelo A VOZ DA CIDADE, o presidente do Sindicato, Wilton de Mello Peixoto, garantiu que já está ciente do problema e que as providências estão sendo tomadas. “Já estou tomando providências, mas resolvendo primeiro as parcelas que a empresa já está devendo do acordo e paralelo essa bomba”, informou o presidente do Sindicato.
SE REFERINDO AO ACORDO
Wilton se referiu ao acordo que a empresa fez com os cerca de 300 ex-funcionários, que até o final do não passado prestavam serviços à Prefeitura no serviço de capina, roça e limpeza de córregos e bueiros. Vale lembrar que para quitar a dívida com os ex-funcionários, a empresa propôs aos trabalhadores pagar a dívida dos direitos em parcelas de cinco vezes. Na ocasião, os trabalhadores não queriam aceitar, já que muitos não tinham nem R$ 500 para receber, mas no final tiveram que aceitar, pois, caso contrário, ficaram sem receber. Na ocasião, o acordo foi acompanhado pela diretoria do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio e Conservação. Só que até ontem, a terceira parcela, que venceu no dia 24 de dezembro não tinha sido paga.
De acordo com os trabalhadores, até o momento somente a primeira parcela foi paga na data combinada. A segunda, segundo eles, teve atraso e o valor foi dividido em duas vezes. Já a terceira que deveria ser paga no dia 24 de dezembro do ano passado ainda não caiu na conta dos trabalhadores. O presidente do Sindicato de Asseio e Conservação garantiu que está acompanhando também essa questão.
Como a Riozin fechou o escritório que mantinha em Volta Redonda, o A VOZ DA CIDADE tentou contato por telefone com algum representante da empresa, mas não conseguiu. O representante da empresa na cidade, que foi responsável pela transição da nova empresa no Hospital do Retiro, também não foi localizado pela reportagem.