RIO DE JANEIRO
A cidade do Rio de Janeiro registrou sensação térmica de 59,3°C na manhã desta sexta-feira, dia 17, a maior desde 2014, quando o Centro de Operações Rio começou a fazer essa medição, que bateu seu recorde em medição realizada às 10h20min na Estação de Guaratiba, Zona Oeste da cidade.
Em nota, o COR lembrou que esta é a segunda vez na semana que o município atingiu a maior sensação térmica da série histórica do órgão de meteorologia da Prefeitura do Rio de Janeiro. Na terça-feira, dia 14, a sensação chegou aos 58,5°C.
Para esta sexta-feira, dia 17, a previsão da Climatempo era de que as temperaturas no Estado do Rio de Janeiro seguissem altas, com máxima de 40ºC.
No sábado, dia 18, os termômetros devem apontar máxima de 42ºC com muitas nuvens e com pancadas de chuva no fim do dia, com base no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O site Climatempo alerta para chuva de moderada a forte com raios e rajadas de vento de 51km/h a 70 km/h no sul do Rio de Janeiro.
“Sensação térmica” pode remeter, a princípio, a um sentimento individual e sujeito a variações. Esse fenômeno pode ocorrer, como destaca Maria Clara Sassaki, porta-voz da Climatempo: “As percepções de frio e calor variam de pessoa para pessoa”.
No entanto, a literatura da meteorologia desenvolveu uma fórmula para as situações em que a sensação térmica supera a temperatura real, explicou Sassaki.
Destacada na imagem acima, a fórmula considera a temperatura e o nível de umidade relativa do ar. O ponto de encontro entre as duas medidas é a sensação térmica.
“Geralmente, onde há temperaturas elevadas, também há um baixo nível de umidade. Isso faz com que a sensação não se eleve tanto”, diz o meteorologista Francisco de Assis.
Ele cita a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde os termômetros marcavam 42,6ºC na tarde de terça-feira, dia 14, e a sensação térmica chegou a 46ºC – uma elevação sensível em relação à temperatura real. Isso ocorreu porque o tempo na cidade estava “seco”, com o nível de umidade relativa do ar em 20%.
Fenômeno de cidades litorâneas
Por outro lado, o recorde do Rio de Janeiro reflete uma tendência: “Cidades com maior umidade relativa do ar ‘se superam’ na sensação térmica. O fenômeno não afeta apenas o Rio de Janeiro, mas todas as cidades litorâneas. Em dias quentes, a umidade dessas regiões eleva a sensação além da temperatura real”.
Segundo o Alerta Rio, quando a umidade relativa é elevada, a taxa de vaporização do suor produzido pelo corpo é reduzida, fazendo com que ele mantenha mais calor do que aconteceria com o ar seco mais seco, por exemplo, elevando a percepção do calor.
Apesar disso, há pessoas que sentem mais calor no “tempo seco”, apesar da menor variação. Sassaki considera que isso faz parte da percepção de calor: “O tempo abafado torna a respiração mais difícil, o que nos faz sentir mais calor, mas a sensação térmica, de fato, é menor”. (*Com informações da CNN Brasil).