Rio das Flores tem um dos menores índices de criminalidade do estado

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Homicídio, zero. Estupro, zero. Roubo de celular, comércio, residência, veículos e outros assaltos – índices todos zerados. Segundo dados de pesquisa realizada pelo A VOZ DA CIDADE no Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de ocorrências da pacata cidade de Rio das Flores (de janeiro a abril deste ano), é considerado atípico se comparado com as demais cidades da região Sul Fluminense e, também, de todo o estado do Rio de Janeiro.

Segundo o delegado titular da 92ª Delegacia de Polícia da cidade, Luciano Coelho dos Santos, que acumula titularidade na 91ª DP de Valença, o número de ocorrências por ano em Rio das Flores é de pouco mais de 300. “Daria menos um Registro de Ocorrência (R.O.) por dia”, assegurou a autoridade, contando que hoje a maioria dos casos que acontecem é referente à Lei Maria da Penha.

O A VOZ DA CIDADE conversou com o policial civil para entender o porquê da cidade hoje ser uma nas mais tranquilas de se viver em todo Rio de Janeiro. Segundo dados do ISP, ela está entre as dez cidades mais seguras do estado. “Rio das Flores é uma cidade pequena em termos geográficos e pacata. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), são cerca de dez mil habitantes. Vizinha de Valença, cujo número de ocorrência é bem superior, Rio das Flores não é rota do tráfico e é composta em sua maioria pela área rural”, explicou.

De acordo com a autoridade, a cidade possui um Centro pequeno, tem um Fórum, a delegacia, uma companhia da Polícia Militar (10° BPM), e poucos policiais, mas o suficiente para trabalhar a demanda.  

O delegado, que está há quatro anos na titularidade da delegacia da cidade, explica o baixíssimo número de homicídios. “No ano passado ocorreu um, mas a pessoa era ligada ao tráfico em Valença”, disse, completando: “Temos mais ocorrências ligadas a lesões corporais; principalmente ligadas à Maria da Penha (Lei). Quando ocorre violência sexual, o que também é muito difícil, na maioria das vezes ocorre entre pessoas da própria família, ou seja, dentro de casa. O que não deixa de ser um absurdo”, exclamou, reforçando que nesses casos a pessoa deve procurar a autoridade e denunciar.

SUSTENTANDO O VÍCIO

Questionado sobre o tráfico na cidade, o delegado Luciano Coelho explicou que existe sim no município, mas a quantidade é baixa, sem representatividade de grandes facções ou grupos grandes de criminosos. “Não temos que retratar o tráfico daqui como aquele tráfico armado, ou daquela engenharia de firma, mas um tráfico pequeno, de minuto, daquele traficante eventual, que compra para vender e sustentar o próprio vício. Mas também não duram muito, pois como estamos falando de uma cidade pequena, os mesmos logo são localizados e punidos dentro da lei”, afirmou a autoridade.

AQUI NÃO!

Luciano Coelho explica que sua definição é baseada não somente por ser responsável pela unidade policial de Rio das Flores, assim como Valença. Ele também atua em alguns finais de semana como delegado de área de outras sete cidades da região do Médio Paraíba, que são: Barra do Piraí, Piraí, Vassouras, Mendes, Paulo de Frontin, Miguel Pereira e Paty do Alferes.

Luciano lembra que um dos casos mais recentes ocorridos na cidade aconteceu no início do ano. Agentes da 92ª DP, com apoio da 108ª DP de Três Rios, cumpriram, por força de Mandado de Prisão Preventiva, a prisão de dois suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada a roubos na região. Um terceiro suspeito já havia sido preso há cerca de três semanas antes. As investigações começaram três meses antes, ou seja, ano passado.

O delegado explica que mesmo sendo baixo o número de ocorrências, isso não significa que a cidade está abandonada. “Ao contrário, há necessidade das policias militar e civil. Sempre que há necessidade, nossas ações são pontuais e firmes; e temos que agradecer ao Ministério Público e ao Poder Judiciário (Fórum). Se depender da nossa equipe o número vai continuar sendo baixo e a cidade vai seguir com o baixo índice de criminalidade”, finalizou o delegado Luciano Coelho dos Santos.

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