Reunião em Barra Mansa discute criação de abrigo para mulheres vítimas de violência

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BARRA MANSA
O Parque Ecológico Municipal de Saudade recebeu na tarde desta quinta-feira, dia 1º, o II Encontro de Gestores de Políticas Públicas para Mulheres do Médio Paraíba. A reunião teve como objetivo discutir a criação de um abrigo regional para atendimento a mulheres vítimas de violência na região. A implantação do espaço já havia sido discutida em um primeiro encontro realizado em janeiro na cidade de Resende. O encontro contou com a participação de assistentes sociais e representantes de seis municípios (Angra dos Reis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Quatis, Porto Real e Resende), além da subsecretária de Políticas para Mulheres do estado, Cristiane Lamarão.

Como acordado no primeiro encontro, o abrigo regional ficará em Volta Redonda, onde funcionava a Casa Abrigo do município, fechada no ano passado. A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de Volta Redonda, Dayse Penna, falou sobre o que o espaço necessita para funcionar.
“Hoje nós contamos com o espaço, mobília e uma equipe técnica. Precisaríamos de educadores sociais, cozinheira e o pessoal responsável pela limpeza, o serviços gerais” declarou Dayse, lembrando que Volta Redonda já conta hoje com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, a Deam.

Segundo Cristiane Lamarão, a ideia é unir forças, onde cada município ajude na implantação desse espaço, que está sendo fomentado pela Secretaria de Políticas para Mulheres do estado.
“O objetivo é unir forças para que as coisas aconteçam. Volta Redonda já disponibilizou o espaço, agora precisamos fazer um levantamento de custos e saber o que cada município pode contribuir. A ideia é que esse abrigo seja uma ‘casa de passagem’, onde a vítima vai poder ficar no máximo até 15 dias. Enquanto isso, ela será acompanhada por uma equipe multidisciplinar e poderá inclusive ir para um abrigo do Estado, se necessário, que por questões de segurança não tem seu endereço divulgado. Essa é a nossa segunda reunião, então a região está bem adiantada com tudo ocorrendo de forma itinerante” comentou a subsecretária estadual.

Durante a reunião, a vice-prefeita Fátima Lima, representando o prefeito Rodrigo Drable (MDB) que segue em recuperação após ter sido atropelado por uma moto, disse que Barra Mansa está de portas abertas para ajudar na implantação de políticas públicas que combatam a violência contra as mulheres. “Nós estamos dispostos a ajudar nessa empreitada da violência contra a mulher”.

No encontro de ontem ficou definida a montagem de uma comissão, composta por representantes de Barra Mansa, Volta Redonda, Porto Real e Pinheiral. Essas pessoas irão se reunir na próxima semana, no dia 8, em Volta Redonda para traçar a parte operacional do abrigo, ou seja: quais serão os gastos; o que cada município poderá contribuir; como serão feitos os encaminhamentos e quantas vagas cada cidade contará neste novo espaço de apoio as vítimas.

AGRESSÕES CONTRA MULHERES EM NÚMEROS
A violência contra a mulher é definida, segundo o Dossiê Mulher – levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado – como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.

No Brasil e no mundo, a violência que vitima as mulheres se constitui em sério problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina, atingindo mulheres de diferentes orientações sexuais, classes sociais, origens, regiões, estados civis, escolaridade ou raças/etnias em relações desiguais de poder.

Em 2015 e 2016, registrou-se através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação online do Ministério da Saúde (SinanNet) um total de 46.694 casos notificados de violência interpessoal e autoprovocada em todo o estado do Rio de Janeiro, sendo 31.930 do sexo feminino. Em Barra Mansa, durante o ano de 2016, quando o atendimento às vítimas eram realizados pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) foram registrados 357 atendimentos. Em 2017, a 90ª DP registrou 480 casos de violência doméstica para 234 atendimentos realizados no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

Na avaliação da coordenadora de Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social de Barra Mansa, Josiane do Nascimento, a divergência no número de atendimento ocorre porque muitas mulheres fazem o registro na delegacia, no entanto não procuram o órgão especializado apara atendimento, acompanhamento e outros encaminhamentos.

“A vítima chega extremamente fragilizada à delegacia para efetuar a denúncia e muitas vezes, acredita que a questão se encerra ali, o que não procede, pois a mulher precisa de atendimento especializado para recompor e retomar a sua vida. A prefeitura, por meio do Creas, oferece atendimento com assistente social e psicólogos para enfrentar esse momento complexo da vida”, concluiu. O Creas funciona de segunda a sexta-feira, de 8 às 17 horas, na Rua Santos Dumont, 126, no Centro, ao lado do Ministério do Trabalho.

 

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