Restos humanos encontrados em empresa de Barra Mansa seriam de universidade carioca

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BARRA MANSA

A OPX Ambiental, empresa responsável pela coleta, transporte e tratamento de resíduos hospitalares, através de seu departamento jurídico, declarou que os restos mortais – ossos, membros, tecidos e pele – encontrados na última sexta-feira foram enviados como se fossem remédios pela Universidade Estácio de Sá, do Rio. De acordo com a empresa, as peças anatômicas estavam em bombonas e envolvidas em sacos plásticos e identificadas como medicamentos para serem autoclavados (tratamento térmico que destrói agentes patogênicos) e em seguida incinerados.

Em nota, a OPX disse que recebe materiais de diversas empresas, como hospitais e clínicas, mas destacou que é de responsabilidade do remetente a segurança, assim como a identificação correta do material, até a incineração, o que não teria sido feito pela Estácio de Sá. “O material está descrito pela Universidade Estácio de Sá, no documento que se denomina manifesto (documento técnico do Instituto Estadual do Ambiente – Inea – que define o que está saindo de um local e indo para outro, bem como estado e forma de descarte) que se trata de um químico e cuja destinação era de autoclavagem para incineração. Assim, foram recebidas peças anatômicas como se fossem fármacos. Quando abriram as bombonas, junto com os remédios, estavam em sacos plásticos comuns de supermercado as peças anatômicas; para a surpresa da empresa OPX”.

O departamento jurídico apontou que a empresa possui todas as documentações para a realização das atividades de armazenamento e autoclavagem dos resíduos de saúde. E declarou que a interdição da empresa, que fica numa área residencial do bairro Vila Ursulino, ocorreu de forma arbitrária e impositiva.

Estácio nega relação com a empresa

A Universidade Estácio de Sá, através de sua assessoria de imprensa, negou qualquer relação contratual com a empresa OPX Ambiental. Em nota, esclareceu que: “o descarte de resíduos especiais é feito seguindo todos os trâmites legais estabelecidos pelos órgãos competentes e registrado por meio de manifesto expedido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com a contratação de empresa especializada na coleta deste tipo de resíduo.”

A Polícia Civil, através da 90ª DP, informou que aguarda os laudos realizados pela perícia e que ouvirá as partes envolvidas no caso. Nenhum detalhe foi revelado.

Empresa vai recorrer

O jurídico da OPX frisou que vai recorrer da interdição da empresa, no entanto não há um prazo definido para uma decisão, já que a questão foi tratada em juízo como “muito complexa”. A OPX finaliza dizendo que não possui interesse em permanecer no local, mas o Poder Público está impedindo a retirada de documentos, pertences de funcionários e até mesmo os resíduos de saúde que permanecem no local. “A empresa está lacrada e com resíduos de saúde no local, que ainda não foram autoclavados (tratados para isolar a bactéria) e, com todo esse calor, vão gerar um problema de saúde pública”, aponta o departamento jurídico.

Empresa que fica na Vila Ursulino, em Barra Mansa, foi interditada pela Secretaria de Meio Ambiente – Foto: Fábio Guimas

O jornal A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a prefeitura de Barra Mansa, que através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e sua assessoria de imprensa, informou que com a interdição, a OPX Ambiental precisa obter uma autorização da pasta para o tratamento dos resíduos que ficaram na empresa. Toda e qualquer movimentação devem ser acompanhadas por funcionários da prefeitura.

 

 

 

 

 

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