Representantes de entidade, prefeitura e subsecretaria estadual de Saúde sobre o assunto dependência química

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BARRA MANSA

Na noite de segunda-feira, a diretoria da Associação Comercial, Industrial, Agropastoril e Prestadora de Serviços (Aciap) se reuniu com um dos subsecretários de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Bruno Marini, atualmente à frente da Subsecretaria de Dependência Química. Esse foi o segundo encontro, desta vez, conforme acordado, a equipe técnica da pasta também participou. O objetivo principal foi discutir o problema de dependência química de moradores de rua de Barra Mansa.

Os servidores José do Carmo, Matheus Carvalho, Ane Bartolomeu, Paula Esposel e Tiago Teixeira participaram do encontro, que também contou com a presença de Salete Leone, diretora geral da Fundação Esperança, e Leomar Gomes, gerente administrativo da secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Barra Mansa.

“Temos observado o crescimento contínuo de moradores de rua no Centro – uma situação que, sozinha, já precisa ser trabalhada. Mas, dentre eles, é notável também o aumento no número de usuários de drogas, o que tem gerado insegurança e medo na população. Nosso objetivo é debater formas de acolhimento dessas pessoas, a possibilidade de oferta de tratamento necessário e, posteriormente, a ressocialização”, declarou a presidente da Aciap, Denyse Singulani.

A equipe técnica da subsecretaria esclareceu que irá apoiar as ações tomadas pela entidade, mas orientou que os projetos sejam desenvolvidos em parceria com a prefeitura e suas pastas, com foco principal em alternativas extra-hospitalares. “Precisamos ter em mente que a internação do usuário não é a única solução, e sim parte de um processo de tratamento. A residência transitória em uma clínica não é necessária para todos os usuários, por isso acreditamos que investir em comunidades terapêuticas e, talvez, na criação de mais um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad) em Barra Mansa possa ser uma alternativa mais palpável no momento”, orientou Ane, assistente social da subsecretaria.

Por parte da prefeitura, Leomar Gomes, disse que a cidade já tem uma unidade de acolhimento, o Centro POP, onde os atendidos recebem três refeições e passam o dia participando de inúmeras atividades, além de poderem tomar banho antes de retornar para a rua. “O que podemos observar é a necessidade, então, de ampliar este trabalho, inserindo uma equipe multidisciplinar que possa acolher e direcionar os usuários para o melhor plano terapêutico”, explicou.

Debateu-se também a necessidade de investir em prevenção, principalmente nas escolas, ampliando do trabalho da ronda escolar e iniciando novos projetos. Para isso, constatou-se que a Fundação Esperança, situada no bairro Km4, pode ser uma grande parceira no projeto. A entidade atende semanalmente cerca de 150 crianças e adolescentes, além de suas famílias.  “Nós nos mantemos por meio de doações e eventos realizados pela própria instituição. Oferecemos aulas de reforço escolar, xadrez, inglês capoeira, entre outros. Além de psicólogos e rodas de conversa para as crianças e para as mães. Fomos procurados para sediar uma clínica de reabilitação para usuários de drogas e álcool, mas, após uma análise, percebemos que o empreendimento não é viável, já que não podemos atender os dois públicos em um mesmo ambiente”, esclareceu Salete, acrescentando que, após a reunião na ACIAP BM, levará a toda a diretoria a proposta para trabalhar a prevenção às drogas como parte das atividades da Fundação.

RECURSOS PÚBLICOS

Uma constatação é que para a realização de qualquer atividade, recursos públicos se fazem necessários. Bruno Marini garantiu que irá levar a questão à Brasília e, quando novas verbas forem liberadas para a pasta, irá priorizar as ações no município. “É importante ter em mente de que esse trabalho precisa ser construído em conjunto: estado, prefeitura, organizações da sociedade civil, instituições religiosas etc. Precisamos percorrer o estado e visitar entidades que estão atuantes, aprender com elas e trazer estes exemplos para Barra Mansa”, disse Marini.

Uma nova reunião será marcada pela Aciap, desta vez também com representantes das secretarias municipais de Educação, Ordem Pública, Saúde e também com a Polícia Militar, para discutir ações conjuntas e os próximos passos para o projeto.

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