Região pode ter atingido pico da Covid-19

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MÉDIO PARAÍBA

O professor associado da Universidade Federal Fluminense de Volta Redonda, Aydamari João Pereira Faria Júnior, que faz parte do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, falou ao A VOZ DA CIDADE que os números da Covid-19 na região Médio Paraíba provavelmente já atingiram o pico e vêm se mantendo inerte. De acordo com ele, não há como precisar um declínio da curva, uma vez que os dados, divulgados pelo Estado do Rio de Janeiro, são publicados com atrasos. O retardamento dos novos números vem causando imprecisão sobre a realidade da doença na região.

Aydamari realiza o estudo epidemiológico do Médio Paraíba desde março, junto ao professor Aquino Espindola, do Instituto de Ciências Exatas. Ele explica que observando o cenário em geral, aparentemente a região chegou a um pico e a curva vem se mantendo inerte há algumas semanas. “Embora seja tentador dizer que estamos entrando em uma diminuição dessa curva, não é prudente afirmar, porque os dados são imprecisos, pois sempre existem atrasos”, disse.

Segundo Aydamari, observando os dados de Covid-19 da 31ª semana epidemiológica, os números aparentemente estão em declínio em comparação com as anteriores. “Contudo, depois de dias, os dados são atualizados e os números da semana 31 aumentam, nos mostrando que ainda é cedo para falar em decréscimo”, disse, dando como exemplo a 26ª semana que tinha inicialmente 862 casos. “Depois de um tempo esse número atualizou para 909. Existem ainda atualizações em sete semanas atrás. Quando parece que estamos vendo uma curva de decréscimo, os dados atualizam e percebemos que não é bem assim”, disse.

O professor ratificou que o atraso dos dados se dá por diversos fatores. “A divulgação desses números depende de uma grande engrenagem, onde o governo municipal conversa com o estadual. Além disso, são seres humanos que estão operando e que dependem que o sistema funcione de maneira adequada”, disse, destacando que a organização da informática, logística e de pessoas é o desafio.

‘O CENÁRIO NÃO É CONFORTÁVEL’

O pesquisador destacou ainda que o cenário da região não é confortável. “Os números que temos são preocupantes por causa do potencial de agravamento que eles ainda têm. O isolamento social está sendo feito apenas por uma parcela da população e isso tem sido inconstante e não há acesso aos apoios que o Estado deveria promover”, alertou, acrescentando que as ações de precaução deveriam ser coletivas. “Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, entre outros municípios, dialogam entre si e a operação deveria ser conjunta. É necessário compreender todo esse cenário para que haja uma ação eficaz”, finalizou.

DADOS DA COVID-19

A região Médio Paraíba e o Sul Fluminense registravam, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até sábado, dia 1º, 14.557 Confirmados casos confirmados da Covid-19, os municípios são: Angra dos Reis (3.822); Volta Redonda (3.538); Três Rios (1.174); Resende (1.113); Barra Mansa (878); Barra do Piraí (686); Paraíba do Sul (631); Vassouras (515); Paraty (513) Piraí (423); Valença (332); Pinheiral (310); Rio Claro (210); Porto Real (187); Itatiaia (168); e Quatis (57).

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