Rede social e delivery são alternativa de vendas durante a pandemia

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SUL FLUMINENSE

O isolamento domiciliar exige comércio fechado e clientes em casa. Em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) muitas empresas estão se reinventando para driblar o período de portas fechadas e a saída tem sido explorar as redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp para expor produtos e serviços e promover a venda com a promessa de entrega em domicílio. A metodologia que o consumidor estava habituado no seu município com estabelecimentos de alimentação principalmente, agora é adotada por outros segmentos, como roupas, decoração, por exemplo.

Em Resende, a Loja do Paraíba, no Jardim Aliança, vende produtos de artesanato, decoração e mobília para a casa. Em virtude da pandemia, os proprietários optaram em intensificar o sistema delivery a partir da exposição dos produtos nas redes sociais. Segundo o sócio-proprietário Emanuel Edikleber, o trabalho em família visa amenizar o prejuízo com a falta de clientes circulando no comércio. “Então, hoje a única porta que esta aberta é a virtual, antes mesmo do decreto municipal que impossibilita as lojas físicas de abrir suas portas já fazíamos publicações. Mas, hoje estamos investindo mais nas redes sociais. Estamos apostando em todas as ferramentas, colocando um preço mais acessível em alguns produtos, fazendo entregas sem nenhum custo na região próxima à loja, dando uma comodidade melhor aos nossos clientes”, explica.

A loja especializada em artesanato, decoração e produtos para a casa vende pela internet – Rede Social

Com as portas fechadas o faturamento caiu em torno de 70%, sem as vendas em atacado. “Não é um volume que supere a loja em funcionamento normal, porque o cliente se encanta com o que vê. Muitas das vezes sai pra comprar um item e acaba levando dois ou três. Acredito que as vendas caíram em torno de uns 70 % porque meus clientes que compram em atacado pararam de comprar porque de certa forma afeta eles também. Permanecemos atendendo pela internet, o que ajuda um pouco, mas não supre as necessidades básicas de funcionamento”, frisa.

ATENDIMENTO FIDELIZADO

Quem também aposta na entrega em domicílio é a empresária Patrícia Marques, proprietária da Criativa Modas, em Resende. A empresa mantém seis funcionários em sistema de férias e neste período de pandemia a internet é a ferramenta para atendimento. “Está tudo fechado desde o dia 21 de março, coloquei todas as funcionárias de férias até dia 15 de abril. Se demorar pra abrir as lojas, pode haver demissão. Nosso prejuízo com a pandemia é alto pelas vendas não realizadas, valor de aluguel de imóvel em negociação”, reclama.

Patrícia Marques exibe no Instagram as roupas de sua rede de lojas em Resende – Rede Social

A empresária que decidiu mostrar os looks da loja pelo Instagram. “Divulgo na internet e as clientes fazem seus pedidos, mandam suas fotos, informando tamanho de manequim, estilo. Trabalhamos com moda feminina do tamanho 36 ao 56 e também a moda plus size. Cobramos uma taxa para entregar em domicílio e orientamos que, caso a roupa não sirva, a cliente precisará aguardar a loja reabrir após o prazo do decreto municipal para fazer a troca”, observa Patrícia.

Apesar do esforço, a empresária alega que as vendas on-line não igualam as vendas nas lojas físicas. “O que vendemos pela internet não representa um décimo do que preciso para cobrir custos. Conto com a loja reabrindo nesse mês de abril, temos estoque voltado para o Dia das Mães, em maio. Espero que até o fim do mês tudo possa tudo voltar ao normal no comércio de Resende. Existe uma projeção que 90% dos comerciantes terão que demitir funcionários, caso as lojas não possam abrir”, comenta.

Para orientar os moradores, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Itatiaia e Resende divulgou um guia de estabelecimentos que realizam entrega em domicílio. Para consultar, basta acessar https://bit.ly/2yCoz0V.

ESTRATÉGIAS NAS REDES SOCIAIS

Vender e obter lucro são fundamentais, mas como os canais digitais podem auxiliar os empresários? A principal dica é focar numa rede social ou site apenas para concentrar a divulgação de produtos e pedidos. E segundo especialistas, o retorno ao cliente deve ser ágil, direto e eficiente. “O consumidor que acessa algum site, rede social em busca de uma compra quer imediatismo, informação e, claro, preço. Produtos em oferta e valores diferenciados são primordiais, assim como a agilidade para a entrega. Seja roupa, mobília ou até um lanche. Quem pede busca imediatismo, algo novo que o delivery pode oferecer”, comenta o orientador de negócios digitais Evanilson Nascimento. “Um erro grotesco é a empresa divulgar o seu WhatssApp e daí o cliente manda mensagem e não obtém retorno ou ele vem horas depois. É preciso atenção, carinho e praticidade. O que sua empresa tenta nesse momento de crise outras também estão tentando fazer, seja de forma similar ou até mais eficiente. Isso representa uma venda bem sucedida no fim da relação com o cliente e talvez até uma recomendação para outros fregueses”, adverte.

Outra dica do especialista é que as empresas evitem utilizar respostas prontas, tipo sistema de voz gravada ou mensagem automática. “Quando o cliente percebe que é um robô que o atende, perde o interesse. É preciso ser humano, mostrar interesse e que aquele cliente é único e valioso, mesmo que compre poucos itens ou opte pelas mercadorias mais baratas. Evite a frieza no contato e tente ampliar sua lista de consumidores fiéis, direcione quando possível mercadorias exclusivas para quem compra pela internet, crie grupos no WhatssApp ou Facebook. Seja criativo e ofereça atenção, produto em qualidade e preço digno que terá sucesso perante a concorrência”, finaliza.

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