SUL FLUMINENSE
Os consumidores que utilizam medicamentos contínuos devem apressar a compra dos remédios, antecipando a troca de estoque das farmácias e reduzindo o impacto no bolso. Está em vigor o reajuste de até 4,33% no preço dos remédios. O aumento autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Porém, nas farmácias o preço dos medicamentos serão reajuste gradativamente, conforme a troca de estoque de produtos. Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 12 mil apresentações de medicamentos são comercializadas no Brasil.
Pela análise do índice de reajuste, o aumento dos remédios está acima da inflação conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que de março de 2018 até fevereiro deste ano teve acumulado o índice de 3,89%.
O aumento aos fabricantes de remédios em 4,33% é considerado como patamar limite, ou seja, não representa propriamente que adotem este índice automaticamente no reajuste. De acordo com o Ministério da Saúde cada empresa fabricante de remédios pode optar por aplicar o índice total ou menor. A medida permitirá aos fabricantes de medicamentos realizar a correção dos insumos nos grupos de produtos de maior concorrência, concorrência moderada e concorrência concentrada.
CONTA ALTA
A professora Rosemeire Almeida, 48 anos, foi às compras nesta terça-feira, com uma lista dos remédios para os pais idosos. O casal utiliza medicação controlada no tratamento da hipertensão, diabetes e colesterol, além de problemas crônicos de rins e estômago. “A lista é grande, os remédios duram em média uns 45 dias. Eu soube do aumento e vim tentar comprar no preço atual. Já tive dificuldade em encontrar a Artovastatina 40 mg com desconto. Em média, gasto com meus pais uns R$ 200 mensais e agora é aguardar para que os preços não subam demais”, comenta a moradora de Resende, citando o remédio que é utilizado para pacientes que combatem o nível elevado de colesterol.
Tratando da recuperação de uma trombose venal profunda, o comerciário Samuel da Costa, 52 anos, teme que seus remédios subam de valor demasiadamente. “Utilizo medicamento com Rivaroxabana de 20 mg. Tomo um ao dia, a caixa tem 28 comprimidos, ou seja, não dura um mês e custa em média R$ 295. É preciso estar cadastrado no laboratório fabricante, baixando o valor em torno de R$ 30. Além dele, preciso controlar o peso e a hipertensão. Daí tenho gasto com alimentação controlada, que não é barato, e devo tomar medicações pra pressão. São quase R$ 350 ou mais a cada mês. Eu temo esse reajuste sim, por isso comprei hoje outra caixa da Rivaroxabana porque sem dúvida deve aumentar em breve”, conta o consumidor
EVOLUÇÃO GRADATIVA
Segundo o gerente de uma farmácia em Resende, Arnaldo Damião, de fato os preços serão reajustados conforme os pedidos forem gerados para os distribuidores representantes dos laboratórios. “A tendência é essa, aposto que não seja algo surreal porque atrapalha as vendas. O índice divulgado é um teto, portanto cada um repassa o que for condizente. A dica é que o consumidor antecipe mesmo suas compras ou pesquise o local mais em conta. Oferecemos descontos à vista e parcelamos no cartão fidelidade ou cartão de crédito”, comenta. Em Barra Mansa, Francisco Borges, deve receber remessa com valor reajustado dos produtos na próxima semana. “Ainda dá tempo de comprar com tabela atual de alguns medicamentos. Vamos repassar aos clientes apenas o que o laboratório adotar”, comenta o gerente farmacêutico.
COMPRA ON-LINE
Com o crescimento do e-commerce, a alternativa para encontrar preços de remédios em conta pode ser a internet. Várias redes farmacêuticas possuem site com preços que geralmente são mais baixos que os praticados nas lojas físicas. Entretanto, é fundamental analisar valor de entrega e prazo. “Eu compro de uma rede situada em São Paulo, pois compro antecipado, as entregas chegam antes de terminar o que tenho em casa e daí vou controlando. Pra mim é vantagem, pois compro mais barato na quantidade necessária”, conta a cabeleireira Sandra Pereira, 49, moradora de Volta Redonda.
Alternativa é também utilizar medicamentos do Programa Farmácia Popular, onde os descontos podem chegar a 90% ou se constarem em lista do Ministério da Saúde podem ser retirados, gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde. “Existem alternativas antes de uma compra com valor alto, apesar de a rede pública de forma geral ser lenta e não possuir muitos medicamentos”, comenta a aposentada Doralice Maciel, 63, de Resende.