Reajuste da conta de energia entra em vigor nesta sexta-feira

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SUL FLUMINENSE

A conta de energia elétrica sobe a partir desta sexta-feira para clientes da Enel Distribuidora Rio e Light. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira, 12, o reajuste tarifário da Enel Distribuição Rio responsável pelo fornecimento de 66 municípios no Estado do Rio de Janeiro. O reajuste para consumidores de baixa tensão, que em sua maioria reúne clientes residenciais, foi de 9,72%. Para os clientes de média e alta tensão, em geral indústrias e grandes estabelecimentos comerciais, o índice aprovado é de 9,65%. Segundo a Enel, o reajuste que passa a vigorar nesta sexta-feira será, em média, de 9,70%.

Os principais fatores que influenciaram este aumento foram compra de energia e encargos setoriais. Esses fatores, que são definidos por lei e regulamentação, que não são gerenciados pela companhia, representam juntos 4,76% do reajuste tarifário deste ano. Do reajuste total, a parcela que cabe a atividade de distribuição de energia correspondeu a apenas 0,69%.  Segundo a Enel, a compra de energia foi impactada pelos elevados custos de geração de energia no Brasil – uma vez que os reservatórios das hidrelétricas continuam baixos -, além da elevação do custo de energia da usina de Itaipu, em função do aumento da variação cambial. Já o aumento dos encargos setoriais deve-se a maiores despesas e subsídios embutidos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – fundo administrado pelo Governo para custear alguns subsídios às tarifas.

A empresa informou ao A VOZ DA CIDADE que as tarifas de energia são definidas pela Aneel com base em leis e regulamentos federais e contêm custos que não são de responsabilidade da Enel como: impostos, encargos setoriais, custos de geração e transmissão de energia. Estes valores são arrecadados pela distribuidora, por meio da tarifa de energia, e repassados às empresas de geração, transmissão e ao Governo Federal. “De uma conta de R$ 100, por exemplo, apenas R$ 22,8 são destinados à Enel Distribuição Rio para operação, expansão, manutenção da rede de energia e para remuneração dos investimentos”, citou a subsidiária da multinacional italiana Enel, que abrange 73% do território estadual, com cobertura de uma área de 32.188 km². “Apenas nos últimos dois anos, a empresa investiu cerca de R$ 1,8 bilhão. Esse investimento já contribuiu com a melhora do DEC (Duração de Interrupção por Unidade Consumidora) em 37% no período de dezembro de 2016 a dezembro de 2018. O FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) também melhorou 35% no mesmo período”, salienta a empresa.

CLIENTES RECLAMAM

Para os consumidores o reajuste é inoportuno, apesar de aprovado pela Aneel. “Eu vivo sofrendo com altos e baixos da conta de energia. Todo mês fico com a sensação que tem algo a mais. Não me agrada saber desse reajuste, até porque o salário não sobre na mesma proporção que as contas e isso no Brasil devia ser evitado”, argumenta Paulo Ricardo, morador de Porto Real. Em Resende, a dona de casa Maria Lúcia da Cunha, também criticou o aumento em vigor a partir desta sexta-feira. “É um absurdo pelo valor que já pagamos. Altos e baixos: nunca sabemos ao certo o que consumimos ao mês. Sou contra, tinha é que baixar, não subir”, afirma.

Com gastos mensais em torno de R$ 500, o industriário Rafael Barbosa, teme pelo que pode vir adiante. “Sem brincadeira? Todo mês fico com receio de receber a fatura da conta de energia. Em média, chega a quase R$ 500 numa casa de três quartos e sem ar-condicionado. Com esse reajuste vou ficar de sobreaviso para uma conta mais salgada no início de abril”, comenta o morador de Volta Redonda.

LIGHT

A Aneel também autorizou reajuste para a Light, responsável pela distribuição de energia elétrica para 3,8 milhões de unidades consumidoras (capital e outros 31 municípios). O reajuste médio será de 11,12%, com efeito médio de 10,20% para os consumidores em alta tensão, como as indústrias, e de 11,52% para os de baixa tensão. Segundo a Aneel, a justificativa é que a distribuidora teve em 2018 custos mais altos do que o previsto na tarifa para aquisição de energia.

 

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