Quilombo de Santa Rita do Bracuí, em Angra, recebe pesquisadores americanos 

Estudo histórico resgata memória do tráfico ilegal de africanos escravizados

Por Roze Martins
54917008878 a21530f268 c

ANGRA DOS REIS

 

Na última segunda-feira, dia 10, o Quilombo de Santa Rita do Bracuí, de Angra dos Reis, em parceria com o Instituto AfrOrigens, recebeu representantes do Smithsonian Institution, de Washington DC e pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, Pensilvania, EUA. O objetivo foi conhecer os locais de memória do negro em Angra dos Reis e experimentar a culinária tradicional quilombola.

 

A iniciativa faz parte de um amplo projeto internacional de história e arqueologia subaquática que busca reconstruir capítulos esquecidos da história do tráfico ilegal de africanos escravizados no Brasil.

 

Segundo a secretária de Cultura e Patrimônio de Angra dos Reis, Marlene Ponciano, o trabalho realizado no Bracuí tem um profundo significado histórico e social.

 

— Essa pesquisa é um marco na valorização da nossa história e da nossa ancestralidade. Ao apoiar o projeto, a Prefeitura reafirma seu compromisso com a preservação da memória afro-brasileira e com o fortalecimento das comunidades tradicionais, que são guardiãs de um patrimônio vivo e essencial para a identidade de Angra dos Reis – destacou a secretária.

 

Como desdobramento das pesquisas, na quarta-feira, 12 de novembro, será inaugurada no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, a exposição “Para Além da Escravidão”, onde o navio Camargo será um dos temas centrais. 

 

Já nos dias 13 e 14 de novembro, o seminário “Para Além da Escravidão – Memória, Justiça e Reparação” será realizado no Arquivo Nacional, reunindo especialistas de várias parte do mundo e representantes de comunidades tradicionais.

 

O sítio arqueológico Bracuí 1 abriga os vestígios da embarcação Camargo, que naufragou em 1852. Trata-se de um dos últimos registros materiais do tráfico ilegal de africanos escravizados no país, um episódio histórico que, durante muito tempo, permaneceu silenciado.

 

A pesquisa é coordenada por especialistas do Instituto AfrOrigens, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal de Sergipe (UFS), com parcerias internacionais, como o Slave Wrecks Project, do Smithsonian Institution (EUA). A ação conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Patrimônio.

 

A atuação conjunta entre comunidade, pesquisadores e poder público tem permitido resgatar memórias, valorizar o patrimônio quilombola e dar visibilidade a vozes historicamente marginalizadas.

você pode gostar

Deixe um comentário

Endereço: Rua Michel Wardini, nº 100

Centro Barra Mansa / RJ. CEP: 27330-100

Telefone: (24) 9 9974-0101

Edição Digital

Mulher

Últimas notícias

Expediente         Política de privacidade        Pautas e Denúncias        Fale Conosco  

 

Jornal A Voz da Cidade. Todos direitos reservados.

Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda com o uso de cookies. Aceitar todos