Queimadas em vegetação aumentam e prejudica a saúde da população

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VOLTA REDONDA

Conforme acontece todos os anos nesse período de seca, as queimadas em vegetação aumentam a cada dia. As mais prejudicadas com essa ação, que na maioria das vezes é criminosa, são as crianças, os idosos e as pessoas alérgicas. Com isso, o atendimento em hospitais e em outras unidades de saúde aumenta consideravelmente. Para se ter uma ideia, recentemente o Corpo de Bombeiros foi acionado quase dez vezes para conter queimadas em vegetação de bairros diversos.

Em apenas um dia, homens do Corpo de Bombeiros passaram horas tentando conter as chamas na vegetação dos bairros: Casa de Pedra, Siderópolis, Pinto da Serra, Vista Verde, Jardim Belvedere e Conjunto Habitacional Vila Rica. Na ocasião, de acordo com os bombeiros, foram usados cerca de 30 mil litros de água para conter as chamas.

A dona de casa Ângela Maria Figueiredo, 39 anos, esteve hoje no Cais Aterrado com a filha de 06 anos, que teve crise de bronquite. Disse que todos os anos é a mesma coisa: a menina sofre com as queimadas ainda mais no bairro onde mora, o Vila Rica. Contou que a criança está há duas semanas com o peito chiando e com falta de ar. Próximo a ela estava também a comerciante Raquel Lopes Andrade, 32 anos, que buscava atendimento para o filho de 05 anos. Ela disse que a criança estava com rinite e sinusite causadas pelas queimadas.

“Ele reclama muito do cheiro de queimadas e está sempre com o nariz ruim. Além disso, tem dor na cabeça, nos olhos e na garganta”, relatou Raquel. Como as duas mulheres, outras pessoas estavam ontem no Cais Aterrado buscando atendimento para os filhos ou algum parente idoso.

Vale lembrar que as queimadas, dependendo do local, acabam afetando também comunidades inteiras, como ocorreu recentemente no Pinto da Serra. O bairro ficou cinco horas sem luz, já que as chamas em uma vegetação atingiram a fiação elétrica próxima.

PREOCUPAÇÃO

O aumento no número de queimadas na cidade e na Região Sul Fluminense, tem gerado grande preocupação para toda a população, em especial para os especialistas ambientais. Quem falou sobre o problema foi o presidente do Comitê da Bacia da Região Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul, José Arimathéa Oliveira. Ele destacou que a bacia tem sofrido muito com o desmatamento, com o uso extensivo de pastagens, com a falta de manejo dessas pastagens e com a quantidade de queimadas.

Ainda de acordo com o presidente do Comitê, o grupo tem identificado uma área muito suscetível aos focos de incêndio, que são comuns nessa época do ano em função do grande período de seca, da baixa umidade relativa do ar e dos ventos que atingem com mais força a nossa região. Lembrou ainda, que a propagação dos incêndios na região da bacia do rio é devido a um conjunto de fatores. Disse que essa situação prejudica a bacia no processo de produção de água e pode gerar uma nova crise hídrica.

Para ser ter uma ideia, o incêndio que atingiu a Serra da Bocaina em Bananal (SP), no último sábado, 23, por exemplo, destruiu cerca de 1.200 hectares. Segundo Arimathéa, o incêndio compromete as nascentes do Rio Bananal, como consequência envolve um importante afluente do Rio Paraíba do Sul, que deságua em Barra Mansa.

O presidente informou ainda que o Comitê tem se empenhado para atuar de forma efetiva em conjunto com os municípios e que em 2018 será desenvolvida uma campanha contra a ocorrência de queimadas. Relatou que a proposta é que não seja uma ação pontual, mas sim duradoura e que durante todo ano possa levantar junto com toda população a importância da preservação da vegetação na área da bacia; o quanto ela é importante para a produção de água e manutenção do nível dos rios.

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