Psicóloga fala sobre como lidar com luto e saudade no novo ano que se inicia

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SUL FLUMINENSE
Alegria, felicidade e comemoração. Nesta época do ano é comum esses sentimentos, no entanto as festas também podem significar tristeza e luto, principalmente para aqueles que perderam seus entes queridos há pouco tempo, ou quando a data coincide com o aniversário de algum acontecimento negativo.
A jornalista Roze Martins é uma dessas pessoas que sofre com o fim de ano. Ela explicou que dezembro foi quando o pai faleceu, mas a chegada da filha Olívia amenizou um pouco a tristeza. “Meu pai morreu no dia 30 de dezembro e foi enterrado no dia 31, isso há 21 anos, mas até hoje dói. Na época era adolescente e trabalhava como promotora de vendas em um supermercado e recebi a notícia lá. Então, esse sempre foi o motivo por eu não gostar desse período do ano, mas hoje em dia ainda consigo curtir por causa da Olívia”, contou.

Roze comentou que além do pai, sofre muito pela ausência da mãe, que morreu em 2010. “Sou filha única, então foi pior porque só ficamos eu e minha mãe. Ela sofreu um AVC em 2003 e faleceu em fevereiro de 2010. Essa época do ano sempre me faz lembrar dele e dela; me dá uma tristeza; choro, vejo fotos, saudade mesmo, mas hoje por causa da Olívia consigo aproveitar o Natal, mas antes eu nem gostava. Hoje, eu e meu marido montamos a árvore, enfeitamos e tudo mais, mas a saudade existe e mesmo com o tempo ela ameniza, mas ainda sim é dolorosa”, revelou.

Segundo a psicóloga Mariana Baptista é natural nesta época do ano as pessoas se sentirem mais saudosas, às vezes até tristes, mas o ideal, conforme explicou a profissional, é não se isolar.
“É natural que nesta época do ano as pessoas se sintam mais nostálgicas, que relembrem fatos e esses podem trazer alguma tristeza. O interessante seria que essas pessoas se aproximassem de familiares e amigos que tenham maior afinidade para compartilhar essas lembranças, esses sentimentos, numa forma de validá-los e ao mesmo tempo dando oportunidade para se desfazer deles de alguma forma. Quando a gente fala sobre os sentimentos, conseguimos colocar um pouco para fora, quanto mais a gente fala, menos a gente fica remoendo”, afirmou.

AMIGOS E FAMILIARES

Mariana disse que o contato e o carinho de amigos e familiares ajuda a substituir os sentimentos ruins. “A lembrança ruim não deixa de existir, mas pode ganhar um lugar, fazendo com que a pessoa fique mais alegre. Então, no caso daqueles que não têm familiares próximos, eles devem se aproximar de amigos, pessoas do trabalho, mesmo que seja por meio de redes sociais, ligações; o interessante é ela ter com quem compartilhar esse sentimento”, falou.

Muitas pessoas não têm ou não conseguem estar felizes quando todo mundo espera que elas estejam. Cada um vive o seu momento
(Mariana Baptista)

Outra dica dada pela psicóloga é para quem sofreu uma perda recente é focar em atividades que lhe proporcionem prazer, mas ao mesmo tempo não combater totalmente o luto. “Pensar em coisas que façam bem, ouvir música, caminhar, fazer alguma atividade física. Mas não combatendo esse sentimento totalmente, porque não dá para fingir que as coisas não aconteceram, então é necessário dar tempo ao tempo. Existem fatos que são recentes e precisam ser vividos. Muitas pessoas não têm ou não conseguem estar felizes num momento em que todo mundo espera que elas estejam. Cada um vive o seu momento”, finalizou.

 

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