Psicóloga explica sobre negação inconsciente em período de pandemia da Covid-19

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BARRA MANSA

O aumento constante de casos e mortes por Covid-19 vem sendo anunciado todos os dias pelo Ministério da Saúde, contudo, com as flexibilizações da quarentena para que a economia não despenque, muitos parecem está desacreditando na doença e vivendo normalmente. Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Estácio de Resende, Iara Farias, existe uma negação inconsciente nesse processo de pandemia.  A psicóloga citou que Freud explica que esse é um mecanismo para preservar o ‘eu’.

Iara detalhou que existem dois pólos extremos, onde de um lado está pessoas desesperadas com a situação e de outro lado pessoas tranquilas, dando fácil explicação para tudo sem buscar embasamentos, o que pode ser caracterizado com um estado de negação. “Esse comportamento é inconsciente, sendo uma defesa para o ego continuar vivendo. A pessoa passa questionar dados científicos, se nega a acreditar nos avisos, no que é passado e acredita que nada vai acontecer com ela”, declarou.

A coordenadora ainda explicou a relação das pessoas com as tragédias que acabaram em mortes e os óbitos pelo coronavírus, que já passam de dez mil no Brasil. “Não se pode generalizar a relação das pessoas com essas questões. Mas é possível analisar que em uma tragédia como a do avião da chapecoense, a barragem de Brumadinho, entre outras, o choque é grande porque temos contato com o real, podemos ver. Já o vírus é algo novo, invisível, que parece fora da realidade”, detalhou, acrescentando que especialistas afirmam que a concepção de real ocorrerá quando a doença atingir pessoas próximas.

‘O caminho é a Conscientização’

“A gripe espanhola de 1918 foi algo terrível, onde a população se viu em um colapso. Pouco a pouco as ruas foram tomadas por corpos, porque não tinha coveiros, caixões e nem recursos. As pessoas presenciaram de perto e viam pelas janelas de suas casas o que estava acontecendo. Diferente do que ocorre agora, mas no começo eles também desacreditaram na época.”, declarou Iara, retomando a ideia do processo psíquico inconsciente. “Interpretar as coisas a sua maneira e ficar em negação é um comportamento perigoso que pode colocar a pessoa em risco, além de também prejudicar outros. Mas o que pode ajudar é a conscientização, falar sobre isso de maneira comprometida, e combater a fake news”, finalizou.

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