SUL FLUMINENSE
O tema é mais que polêmico. É controverso. Porque não há resposta concreta para entender porque perdoamos ou não perdoamos alguém, ou as fases do processo que cada ser humano vive para chegar ao perdão. De tão complexo, o assunto mereceu o estudo do psicanalista René Dentz, que há anos se dedica a entender e aprofundar o ato de perdoar a partir de uma visão da psicanálise, da filosofia e da teologia e que lança agora o livro “Razões do Perdão” pela editora Ideias e Letras.
– Durante os últimos anos, ao estudar o tema do perdão, muitas vezes me intrigou o fato de ser uma temática acolhida de forma intensa. O perdão parece ser, ao mesmo tempo, um gesto simples e complexo. Cotidiano e atemporal. Possível e impossível. São diversos os paradoxos encontrados ao redor do ato de perdoar.
O texto, dividido em 26 capítulos e 119 páginas, explica que, normalmente, o perdão, está associado à espiritualidade, principalmente, pelo forma que o Cristianismo o apresentou e que se tornou base para a nossa cultura, para a “cultura da paz, da não-violência, da reconciliação e da possibilidade de sair de um círculo de ódio e vingança”. Mas, o autor vai além, e diz ser impossível “perdoar tendo como motivação a salvação pessoal, como se fosse uma ordem, uma obrigação”, Dentz discorre que, “o gesto de perdão exige antes de tudo maturidade psicológica, espiritual e existencial”. Ou seja, é um processo, muitas vezes longo. No livro, o autor trata ainda sobre a tecnologia, como se desenvolve todo esse avanço e como ficará a questão do “perdão” neste novo mundo tecnológico.
Sobre o autor:
René Dentz é psicanalista, Filósofo, Escritor, Professor da PUC-Minas, Realizou Pós-Doutorado na Université de Fribourg, na Suíça. Sendo o tema do Perdão objetivo de pesquisa do doutorado. Dentz é também autor de 8 livros, entre eles “Vulnerabilidade”, publicado em 2022 pela editora Ideias e Letras.