Projeto Cozinha Experimental estimula boas práticas alimentares

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BARRA MANSA  

Alunos da Educação Infantil do Colégio Municipal Belo Horizonte, no bairro Vista Alegre, em Barra Mansa, estão participando da atividade Projeto Cozinha Experimental, desenvolvido uma vez por mês na própria unidade educacional há três anos. Com as atividades os pequenos descobrem o valor nutricional dos alimentos e seus impactos na melhoria do sistema imunológico, na qualidade de sono, no humor e até na capacidade de concentração. Literalmente com a mão na massa, as crianças preparam sucos e sanduíches naturais, entre outros alimentos e assimilam novos conceitos e conhecimentos.

O projeto é idealizado pela então diretora Luciana Barbosa Borges de Sá, segundo ela, oferecer uma alimentação saudável faz parte da proposta da Secretaria de Educação. “Porém, aqui na escola, percebemos a resistência de alguns alunos para ingerir determinados grupos de alimentos. Então, fomos além. Envolvemos os pais e responsáveis na construção de uma alimentação saudável e ainda adaptamos uma sala, através de parcerias com a comunidade, para desenvolver as receitas”, disse, relatando que o espaço foi equipado com alguns eletrodomésticos, armários, quadro de receita e pia adequada à altura das crianças a fim de permitir que eles próprios higienizem as verduras, legumes e frutas.

A orientação sobre os benefícios da alimentação saudável fica por conta da nutricionista Nathália Soares Queiroz Santos, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), com apoio do estagiário do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), José Leite Nader Melo, por meio do Programa Educação e Saúde. No início é realizada uma reunião com os pais onde são preparadas duas cestas com alimentos no valor de R$ 20. Em uma das cestas contém produtos industrializados como sucos, miojos, etc. Já a outra, alimentos mais saudáveis como, por exemplo, verduras, legumes e temperos naturais. A partir disso é apresentado que é possível ter uma alimentação saudável com o mesmo valor financeiro.

O passo seguinte é o desenvolvimento da antropometria junto às crianças, processo capaz de detectar doenças provocadas pelo fator peso, como a desnutrição, diabetes, cardiopatias e hipertensão arterial sistêmica. A partir daí, a nutricionista Nathália começa efetivamente a conscientização alimentar com as crianças. “É uma grande oportunidade de trabalhar com eles não somente as questões relacionadas à boa alimentação, como também noções de higiene, no momento em que eles protegem os cabelos para que não caiam sobre a alimentação, na lavagem das mãos e dos ingredientes e na manutenção do espaço sempre limpo e organizado”, disse a Nutricionista, que também adapta músicas no violão para ajudar na fixação do aprendizado.

Depois de participarem ativamente do preparo das receitas, os alunos relataram sem qualquer dúvida que o momento mais gostoso do Projeto Cozinha Experimental acontece na hora da provar os alimentos. “É tudo muito bom”, disseram.

Alerta para os alimentos industrializados

A população, de acordo com a nutricionista Nathália Soares, está consumindo cada vez mais produtos industrializados. “O cotidiano corrido tem feito com que as pessoas descasquem menos e desembalem mais, provocando um aumento significativo no percentual de cidadãos com excesso de peso. A situação é agravada pela falta da prática de atividade física. O consumo desse tipo de alimento pode ser prático, mas não é nada nutritivo e pode custar caro no futuro”, ressaltou.

O consumo de alimentos industrializados traz uma sobra de energia calórica e pouca nutrição ao organismo. Um dos grandes vilões é o refrigerante. Uma lata da bebida por dia, ao longo de 12 meses, pode resultar em cerca de oito quilos a mais na balança, considerando apenas o consumo de refrigerantes entre os industrializados.

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