VOLTA REDONDA
O próximo 6 de novembro será um importante dia na vida da Maria Clara Barbosa, de 17 anos, e sua família. Ela será a primeira paciente operada pelo projeto Coluna Reta, implantado pela Prefeitura de Volta Redonda há cerca de quatro meses. Outra adolescente também passará pelo procedimento no mesmo dia. A meta é que sejam realizadas duas cirurgias mensalmente.
O médico responsável pelo projeto, o ortopedista especialista em coluna, Juliano Coelho, explica que a paciente faz parte da realidade da escoliose no país.“Apesar de pouco conhecida pela população, a Escoliose Idiopática já atinge milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo. Mais comum em meninas, ela acomete em torno de 4% da população mundial. Nosso objetivo com a cirurgia é estabilizar a coluna para evitar a piora, pois se não fizer nada, o problema vai agravando cada vez mais”, disse o médico.
A mãe de Maria Clara, Etienne Patrícia de Lima, conta que, com 12 anos, a filha começou a reclamar da dor.
“Há cinco anos ela está na fila do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), aguardando uma avaliação. Esse ano, tivemos a excelente notícia de que a prefeitura tinha implantado o Coluna Reta em Volta Redonda. Foi um grande presente. É muito difícil ver sua filha não participar das aulas de Educação Física ou faltar às aulas por estar sentido dor. Além disso, tem a questão estética que reflete na autoestima dela. Às vezes ela quer usar uma roupa e não fica boa. Não tenho palavras para descrever a minha alegria de saber que, em breve, isso tudo vai passar”, comemora a mãe.
Pós-operatório
Após a cirurgia, o paciente fica internado de três a quatro dias para analgesia. Em três semanas são retirados os pontos e a partir daí, ele passa a fazer fisioterapia através do Coluna Reta, no Estádio Raulino de Oliveira. Por volta de 60 a 90 dias, o paciente pode retomar as suas atividades físicas. “Além do diagnóstico e cirurgia, o projeto oferece toda a reabilitação aos pacientes. Eles são operados em Volta Redonda e acompanhados aqui também, recebendo todo o suporte necessário”, disse o médico Juliano Coelho.
O Programa
O Coluna Reta, pioneiro no país, tem como objetivo a prevenção e o tratamento, evitando que seja necessário chegar ao estágio cirúrgico. Destinado a crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, o programa busca o diagnóstico precoce e tratamento desses pacientes de forma contínua.
Os atendimentos são feitos às sextas-feiras na Policlínica da Cidadania, que fica no Estádio Raulino de Oliveira. Todas as crianças e adolescentes que já foram atendidos voltam para avaliações após um ano. Desde que o projeto foi implantado, já foram triadas 200 crianças, sendo que dez delas tem indicação cirúrgica. A programação é que sejam realizadas mensalmente duas cirurgias no Hospital São João Batista, aos sábados.