RESENDE
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), por meio do programa Replantando Vida, inaugurou, nesta terça-feira, dia 1º, um viveiro florestal dentro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte, no distrito de Bulhões. A data escolhida para a inauguração marca o aniversário de 48 anos da Companhia. O evento contou com a participação da secretária de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Maria Rosa Lo Duca; do prefeito de Resende, Diogo Balieiro; do presidente da Fundação Santa Cabrini, Alex Braz, vereadores e autoridades da região e representantes do poder judiciário.
O viveiro de Resende é o sétimo mantido pela Cedae e o segundo instalado dentro de um presídio. A unidade vai cultivar, por ano, até 200 mil mudas de plantas nativas da Mata Atlântica. Com isso, a capacidade anual de produção do programa será de 2,2 milhões de mudas de 264 espécies, das quais 40 estão ameaçadas de extinção.
Além do centro de produção, uma base florestal vai ampliar a participação da Cedae em ações de proteção e recuperação das matas ciliares e nascentes no Médio Paraíba, ajudando a aumentar a segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro. “Hoje nós celebramos dois marcos importantes: a inauguração do viveiro e os 48 anos da Cedae. Essa é uma oportunidade de refletir sobre o legado da Companhia e, principalmente, sobre o nosso futuro. O Replantando Vida é motivo de muito orgulho devido ao seu potencial de unir diversos atores em prol da restauração de ecossistemas e da transformação social”, pontuou o diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.
A secretária Maria Rosa destacou o potencial do programa para transformar a vida dos participantes, oferecendo capacitação profissional e oportunidades de trabalho. “A agenda ambiental ganhou a dimensão que merece e na Seap não seria diferente. A Secretaria é instrumento para gerar dignidade e capacitar essas pessoas”, disse a secretária.
“A iniciativa, além de contribuir para os cuidados com o meio ambiente, ajuda no processo de ressocialização dos apenados, que são contratados através de uma parceria entre a Cedae e a Fundação Santa Cabrini (FSC), e recebem salário mínimo e o benefício de redução de um dia de pena a cada três dias trabalhados. A medida possibilita que os detentos tenham uma rotina produtiva, com regras e horários, além de incentivar o trabalho em grupo”, disse Diogo Baleiro Diniz.
MUDAS
As mudas produzidas na unidade também serão usadas para alimentar o Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina, lançado no dia 7 de junho pela Cedae, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e a ONG The Nature Conservancy (TNC).
RESSOCIALIZAÇÃO
Todas as etapas de construção do viveiro foram realizadas por apenados do presídio, contratados por meio da parceria da Cedae com a Fundação Santa Cabrini (FSC), responsável por gerenciar o trabalho prisional no Estado do Rio de Janeiro. Além das obras, eles participaram do curso de capacitação em restauração florestal, ministrado por profissionais da Companhia e especialistas na área ambiental.
Os integrantes tiveram contato com conhecimentos práticos e teóricos sobre as atividades que envolvem a cadeia produtiva de restauração ecológica, além de aulas sobre educação ambiental e cidadania. Ao todo, serão criados 50 novos postos de trabalho: Dez no viveiro, para apenados em regime fechado, e 40 na base florestal, para aqueles em regime semiaberto – que vão atuar no reflorestamento do Corredor Tinguá-Bocaina. “As atividades do programa possibilitam mudanças significativas na vida dessas pessoas. Elas passam a ter uma rotina produtiva, respeitando regras e horários, aumentam a autoestima, aprendem a trabalhar em grupo, exercem a paciência nos trabalhos manuais, desenvolvem responsabilidades e melhoram as perspectivas pós-cárcere”, disse o coordenador do Replantando Vida, Alcione Duarte.