BARRA MANSA
Professores da rede municipal iniciaram greve nesta quinta-feira, dia 24, por tempo indeterminado. Uma manifestação foi realizada pela manhã no pátio da prefeitura e a noite a greve foi mantida em assembleia por unanimidade dos presentes. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) aponta que a decisão pela greve foi motivada pelo descumprimento de direitos trabalhistas, congelamento salarial e falta de diálogo efetivo com a prefeitura. O Poder Público contesta e novamente em nota diz que pautas que constam da convocação para a greve são ilegais e outras não são verídicas.
De acordo com um dos diretores do Sepe, Carlos Roberto Almeida, o movimento vem repercutindo na cidade. “Hoje temos aproximadamente 200 professores no pátio da prefeitura, muitos não podem comparecer neste horário, pois trabalham em outras cidades, o que também é nosso motivo de reivindicação: mexer na carga horária. A maioria não trabalha apenas em uma escola, precisa de tempo para se locomover”, analisa.
Na parte da manhã, uma comissão formada por professores e funcionários da educação foi recebida pelo secretario de Governo, José Luiz Vaneli, o Leiteiro. Com ele foi conversado sobre uma possível audiência com o prefeito Luiz Furlani.
Entre as pautas da greve estão o reajuste da inflação; cumprimento do piso do magistério; condições de trabalho; chamamento dos concursados (carência enorme de professores e funcionários nas escolas); política de inclusão (reabertura da Saec, agentes de apoio para alunos de inclusão). “Estamos cobrando o cumprimento de direitos previstos em lei e vigilância que acabou por se concretizar adiante nas mensagens do prefeito enviadas à câmara em regime de urgência, entrando na pauta da sessão menos de 12 horas. Os funcionários estão com salários congelados há três anos, hoje salário mínimo da PMBM está em R$ 1.320, abaixo do mínimo nacional”, destacou.
O jornal A VOZ DA CIDADE entrou em contato novamente com a prefeitura que enviou a mesma nota divulgada na edição de quinta-feira, 24. A nota aponta que pautas que constam da convocação para a greve são ilegais e outras não são verídicas, como é a questão da redução de salário com aumento de carga horária. “O que o Município fez foi aprovar uma lei que autoriza a aumentar a carga horária do professor de anos iniciais, contudo, os professores que terão a carga horária aumentada, terão seus salários e benefícios pagos proporcionalmente a esse aumento. Em hipótese alguma foi tratado de qualquer aumento de carga horária sem seu respectivo pagamento no salário. Além disso, não esclarece a diferença entre os salários dos profissionais da educação. O professor da rede hoje recebe no mínimo R$ 3.572 bruto para 20 horas semanais por matrícula, sendo esse assunto objeto de discussão judicial atualmente. Nesse valor inclui-se a regência que, em nenhum momento foi discutida sua alteração para retirar dos vencimentos como vem sendo propagada de forma leviana”, aponta a nota.
A questão da greve está na Justiça.
O jornal solicitou da prefeitura a informação de qual percentual de funcionários da educação que aderiu a greve, mas não obtivemos o retorno até o fechamento desta edição.
PREFEITO VAI PARA REDE SOCIAL
No final do dia o prefeito Furlani falou nas redes sociais sobre a situação da educação de Barra Mansa reafirmando os pontos da nota enviada. Falou sobre os salários dos professores concursados e contratados que não estão abaixo do salário mínimo nacional. Tratou ainda sobre a questão do aumento da carga horária diária de uma hora que será mediante acréscimo nos salários e não perda como o Sepe afirma. “Outro ponto é que estão propagando que vou acabar com a licença prêmio e isso não procede. É um direito adquirido do servidor. O horário de trabalho do 6º ao 90 ano também será mantido e não alterado”, disse.
Sobre a Previdência Social o prefeito disse que o ano passado o déficit foi8 de R$ 98 milhões e nesse ano a previsão é de R$ 120 milhões. “Isso significa que todos os meses município tem que complementar em R$ 10 milhões o pagamento dos aposentados. E o dinheiro dava para fazer 35 novas escolas ou creches por ano. Reflitam comigo, Barra Mansa já disse não a essa prática de misturar política de interesse pessoal com decisão administrativa com responsabilidade. Não vamos retroceder, vamos continuar avançando, fazendo com responsabilidade para o melhor para nossa gente”, finalizou, completando que a prefeitura está aberta ao diálogo e aguarda apenas os nomes oficiais de quem representará o Sepe para mesa de negociação acontecer.