BARRA MANSA
Para ajudar no desenvolvimento e no foco de um de seus alunos, a pedagoga da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Barra Mansa, Thais Pires, decidiu desenvolver um jogo educacional personalizado. Após quase quatro anos do lançamento do aplicativo, criado apenas para auxiliar no tratamento do estudante que tem deficiências múltiplas, o ‘GJT’ acabou se tornou uma microempresa de jogos educacionais personalizados para pessoas especiais.
A história da criação do aplicativo começou em 2018, quando Thais recebeu a oportunidade de dar aula para Gabriel Januário. Após identificar a dificuldade do aluno em se interessar pelas atividades e perceber o interesse do jovem em tecnologia, ela teve a ideia de criar um aplicativo que pudesse ajudar na alfabetização de Gabriel. “Prometi para ele que daria o aplicativo de presente no dia 12 de julho, no dia de seu aniversário. Como estávamos em março, comecei a correr atrás para conseguir desenvolver os jogos porque, apesar de ser técnica em design, não tinha feito nenhum curso de programação, então precisei estudar bastante sobre o assunto”, contou.
Em três meses, Thais cumpriu com a promessa que havia feito para Gabriel e conseguiu entregar para o aluno o protótipo do GJT. Para fazer com que o estudante se interessasse pelo aplicativo, os programas de televisão preferidos de Gabriel se tornaram parte dos jogos de memória e procura palavras. “Ele adora assistir o jornal do SBT com a Isabele, então no jogo tem a foto da Isabele e a profissão dela para ele ligar. Com isso ele vai aprendendo novas palavras e novas funções. Tudo que ele precisa aprender juntamos com o que ele gosta”, relata, acrescentando que a ajuda de Gabriel foi fundamental para a criação do GJT.
Após quase quatro anos da criação do primeiro aplicativo, o GJT cresceu e se tornou uma microempresa de jogos educacionais personalizados. “Hoje nós desenvolvemos os aplicativos sob encomenda. São 15 jogos dinâmicos e personalizados exclusivamente para cada pessoa. O GJT auxilia o tratamento do usuário não só com microcefalia e deficiências múltiplas, como no caso do Gabriel, mas de qualquer pessoa com deficiência. Os jogos acompanham o desenvolvimento da pessoa e os níveis de dificuldade vão aumentando de acordo com as respostas que o aplicativo recebe. No caso do Gabriel, por exemplo, como ele não era alfabetizado, começamos mostrando algumas letras, depois as sílabas e agora as palavras. Ele aprendeu a ler, escrever e já consegue assimilar as palavras com as fotos”, explicou.
No ano passado o jogo se tornou um auxílio na educação e no aprendizado dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) do município. “Hoje a Apae e a Prefeitura de Barra Mansa compram todos os meses cinco jogos para o ‘Projeto TEA’. Quero ressaltar que a Apae foi fundamental para o desenvolvimento do GJT. A associação sempre me apoiou como professora e o Gabriel como aluno. Se não fosse pela Apae não sei se conseguiria. Agora o nosso objetivo é fazer a diferença na vida das pessoas com deficiência e mostrar que eles podem, que eles conseguem, não importa o número de deficiências. O GJT só é o que é pela nossa história”, ressaltou a pedagoga.
SAIBA MAIS
O GJT Jogos Educacionais também pode ter o seu método aplicado em escolas, clínicas ou até mesmo em atendimentos particulares para pessoas com deficiências. Para saber mais informações sobre o aplicativo, se tornar uma empresa parceira ou realizar uma encomenda, entre em contato pelo site: https://appgjt.com.br/.