Professora de Rio Claro é finalista do prêmio Educador Nota 10

0

RIO CLARO

A professora Gleiciane Rocha, da rede municipal de ensino de Rio Claro, está entre os finalistas do Prêmio Educador Nota 10, considerado o maior e mais importante prêmio da educação básica brasileira; promovido pela Fundação Victor Civita. Gleiciane é uma das 50 pessoas que concorrem ao título nacional. O resultado será divulgado na próxima sexta-feira, dia 13.

A professora concorre com o projeto de Língua Portuguesa “Quem ouve causos desenvolve a escrita”, desenvolvido na Escola Municipalizada Francisco Teixeira de Oliveira, no bairro da Fazenda da Grama – zona rural da cidade.

O trabalho foi feito no ano passado com alunos do 8º ano, que segundo Gleiciane tinham dificuldades na escrita. “Eles escreviam sem parágrafos ou pontuação, com muitas repetições de palavras. Para desenvolver a escrita, nós optamos pela retextualização de causos, que nada mais é do que passar da forma oral para a escrita. O causo envolve elementos sobrenaturais e utiliza expressões regionais para contar histórias. E como a Fazenda da Grama é uma área de zona rural da cidade, é uma região muito rica desse tipo de gênero. Realizamos uma roda de contação de causos com moradores antigos da região e as transformamos em histórias escritas, que mais tarde foram expostas na Casa de Cultura de Rio Claro”, comentou Gleiciane que revelou que ela e os alunos decidiram manter a textualização exatamente da forma como os causos foram contados, mantendo expressões regionais e garantindo a caracterização do gênero textual.

‘Quem ouve causos desenvolve a escrita’ está exposto na Casa de Cultura de Rio Claro – Foto: Divulgação

Além da melhoria na escrita, o trabalho também visou valorização da história da comunidade e a autoestima dos estudantes, que têm entre 14 e 16 anos. “Eles conseguiram relacionar a forma oral com a escrita e aprenderam a fazer substituição de palavras, melhorando a forma de escrever. Além disso, eles aprenderam a valorizar a história de que fazem parte da comunidade e perceberam que até mesmo em lugares pequenos eles podem sonhar e fazer a diferença; ter um destaque. Porque aqui, por ser uma escola de zona rural, os alunos costumam não ter muitos sonhos, eles estudam somente por estudar e com essa indicação eles perceberam a importância, o porquê, precisam estudar”, disse Gleiciane.

Sobre como recebeu a notícia de que era uma das finalistas do prêmio, Gleiciane disse que se sentiu gratificada. “Eles divulgam os finalistas de dez em dez, mas não em grau de importância e eu soube que havia sido selecionada na última leva, no domingo. Para mim está sendo muito gratificante, é a valorização de um trabalho. Porque só quem é professor sabe das dificuldades, e em uma escola de zona rural elas são ainda maiores. A divulgação de que estávamos entre os 50 finalistas do prêmio veio resgatar a autoestima desses alunos que muitas vezes não têm perspectivas; veio mostrar que não importa se eles estão em um lugar pequeno, mas que eles podem sonhar. Eles estão muito empolgados, em êxtase mesmo. Alguns já falam que querem ser jornalistas, professores”, disse Gleiciane.

O projeto “Quem ouve causos desenvolve a escrita” continua exposto na Casa de Cultura de Rio Claro e foi um dos 50 selecionados entre os mais de 4.100 inscritos no ‘Educador Nota 10’.

 

 

 

Deixe um Comentário