Produtora de Volta Redonda faz filme sobre África do Sul

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Será lançado ainda neste ano, o documentário ‘LogoAli- África do Sul’, uma metáfora da relação de espaço e tempo, do que une e do que separa a humanidade. O filme mostra a relação África do Sul – Brasil, a distância geográfica que um dia, há milênios, não existia, parece realmente desaparecer quando surgem temas como preconceito, diferenças sociais, drogas, arte, cultura, educação, tradições, juventude e empreendedorismo.

O longa é produzido pela Promax Produções, produtora com sede em Volta Redonda.  Logo Ali- África do Sul ainda não tem data de lançamento definida, a intenção é lançar o filme na África do Sul ainda neste ano, centenário de Nelson Mandela.

A obra mostra a visita de Beto Chaves, policial civil no Rio de Janeiro, à África do Sul, em 2013, numa busca de conhecer as histórias das pessoas e, principalmente, discutir sobre o que a liberdade significa para cada um hoje em dia e o que esperam do futuro do país africano.

Beto Chaves, policial há 15 anos, é o criador e coordenador do Programa Papo de Responsa, iniciativa que faz diferente, rompendo com a repetição do sistema repressivo e conversando com jovens em escolas e faculdades por todo Rio de Janeiro, discutindo prevenção. Assim como Nelson Mandela, o agente escolheu a palavra como instrumento de luta e entender a liderança de Mandela na África do Sul foi o início de filmar o Logo Ali. “O documentário Logo Ali foi construído a partir de alguns caminhos percorridos por Nelson Mandela. Tentar descobrir e conhecer um pouco mais de quem foi o homem nos ajudou a conhecer melhor o cidadão mundial. Nesse caminho, a educação, arte, cultura, o esporte e o empreendedorismo se apresentaram a nós como oportunidades que os sul-africanos têm para romper com a lógica imposta pelo sistema e avançar nas questões sociais e econômicas tão necessárias. Claramente há semelhança com o que vivemos no Brasil”, contou Beto.

A gravação em várias cidades da África do Sul gerou enorme material, que foi difícil escolher o que entraria no primeiro corte do filme que terá uma hora e vinte minutos. “Passamos por tantos lugares especiais e conversamos com tanta gente incrível que vamos tentar fazer uma série depois do filme para dar voz a histórias que jamais imaginávamos ouvir,” relembra Beto Chaves, que é especializado em Operações de Paz e Policiamento Internacional pela Organização das Nações Unidas, Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública.

PARCERIA

A parceria com a Promax Produções começou em 2013 e o diretor de fotografia André Ribeiro fala sobre as dificuldades de fazer cinema independente. “Este é meu terceiro longa-metragem, mas a montagem de um documentário é um desafio, principalmente porque estamos fazendo cinema sem financiamento, mas as parcerias ao longo do desenvolvimento deste filme vão trazer projetos futuros”, comemora André que termina a edição neste mês.

Andre relembra que foi através de uma conversa informal que surgiu a ideia do longa. “Beto comentou que iria para a África para fazer umas palestras, e pediu dicas para filmar a viagem, não podíamos deixar a visita ‘em branco’ e firmamos a parceria, o longa mostra história de alguns personagens, mas temos uma material tão vasto que vão gerar outras produções”, comenta André, acrescentando que são mais de 50 horas de gravações.

Do filme, também saiu uma outra ação. “A Ancine nos convidou para uma rodada de negócios na África em 2015, representando o Brasil, participamos de um encontro entre produtores brasileiros e sul-africanos organizado pela Ancine, com auxílio financeiro para participarem do Mercado do Filme de Durban, dentro da programação do Festival Internacional de Cinema de Durban, na África do Sul”, relembra.

O diretor carioca Léo Santos faz seu primeiro longa-metragem e destaca que o filme é uma leitura com pessoas reais. “Procuramos sempre um olhar diferente do tradicional ao retratar a África do Sul, de uma forma que poucos conhecem. Exatamente por essa razão, os protagonistas do filme são as pessoas comuns, não especialistas, políticos ou historiadores”, relata Léo que é também o produtor do documentário.

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