Principal suspeito de assassinar mulher em Lídice continua foragido

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RIO CLARO
Familiares de Eliane Pereira Silva, de 35 anos, fizeram contato com a equipe do A VOZ DA CIDADE para relatar que o principal suspeito da morte da parente, vítima de feminicídio no dia 6 de abril deste ano, em Lídice (Rio Claro), continua foragido. Antônio Souza, de 49 anos, era o companheiro de Eliane, de um relacionamento de 19 anos, onde o casal teve cinco filhos. “Queremos justiça”, disse um familiar.
Segundo o irmão da vítima, José Otávio Pereira Lopes, de 50 anos, morador do Vista Alegre, em Barra Mansa, o corpo da irmã foi encontrado por vizinhos que teriam visto o companheiro de Eliane desferindo várias facadas contra ela – a maior parte no coração e nos pulmões. Ele explica que a vida dos familiares, principalmente dos cinco filhos, o mais novo que recentemente fez apenas um ano e o mais velho, de 19 anos, mudou completamente. “Eles hoje moram com alguns parentes do próprio pai e fazem acompanhamento psicológico, devido ao trauma de saber que perderam a mãe supostamente por um crime cometido pelo pai deles”, comentou José.
Ele diz que a irmã era uma pessoa muito tranquila e que o casal brigava com frequência, terminando por várias ocasiões a relação e, muitas vezes, sendo registradas na delegacia ocorrências das agressividades do marido. “Ele era agressivo não só com ela e sempre que eles terminavam, não aceitava. Inclusive quando ocorreu o crime, na frente da casa deles, eles estavam separados”, comentou o irmão de Eliane. “Já escutei pessoas próximas comentando que ele estaria em Bananal, São Paulo. Mas ele também tem parentes no Espírito Santo e alguns em Lídice mesmo”, completou.
José conta que o autor do crime teria usado uma faca de cozinha da casa onde eles residiam, que fica na Rua da Itaoca. “Quero que a Justiça seja feita”, frisou o irmão da vítima.
BRIGAS CONSTANTES
Quem também conversou com o A VOZ DA CIDADE foi a irmã de Eliane, Sirlene Pereira Lopes, de 36 anos. Ela, que também mora no Vista Alegre, em Barra Mansa, reforçou que o casal vivia brigando constantemente e que na maioria das vezes, as desavenças aconteciam por ciúmes e até mesmo por questões financeiras. “Ele tinha ciúme do jeito que ela se vestia. Outras vezes, quando ela, que não trabalhava, precisava de dinheiro, eles também brigavam. Mas nessa segunda questão, não era sempre. Era mais por ciúmes mesmo”, disse Sirlene. “Ela era muito bonita e bem mais nova que ele. Por isso ele tinha muito despeito dela, ainda mais por ser mais velho. Ela foi viver com ele aos 16 anos, sendo o seu único relacionamento sério da vida”, lembrou a irmã, dizendo que o ex-cunhado trabalhava em Angra dos Reis, em uma usina, e quer recentemente estava de serviço em um sítio de Lídice.
Ela explica que no início, a família aprovava a relação, já que no começo ele se mostrava uma boa pessoa. Mas com o passar do tempo, conforme ele foi mostrando sua personalidade agressiva, eles não queriam mais que ela convivesse ao seu lado.
Questionada sobre qual o motivo da última briga, Sirlene comenta que: “Eles já estavam separados e ela se envolveu com outro homem e, segundo o que disseram, ele também já estava se envolvendo com outra pessoa. Acredito eu que ele não aceitou perder a Eliane para outro, onde chegou a esse ponto”, relatou a parente, dizendo que duas das crianças chegaram a presenciar o crime, uma delas de 13 e outra de cinco. “A única coisa que ela (uma das crianças) disse, foi que mandou a mãe dela correr, mas não deu tempo. Ele a pegou pelos cabelos e pela as costas, cometendo o crime”, lembrou a irmã.
Questionada sobre o que ela deseja sobre o fato, ela é taxativa:

“Nós queremos Justiça, que ele pague o tempo que for atrás das grades porque isso não se faz nem com um cachorro. Só existe um que pode tirar a vida, que é Jesus”, falou, completando que sua mãe está acamada (por um Acidenta Vascular Cerebral – AVC) e que dói muito a todos não poder contar que a filha foi cruelmente assassinada. “Este assassino está solto e quem garante que não pode fazer outras vítimas”, questionou Sirlene, finalizando que o ex-cunhado tinha problema com bebidas.

FORAGIDO
O assassinato de Eliane foi registrado na 168ª Delegacia de Polícia (DP) de Rio Claro. O A VOZ DA CIDADE fez contato ontem com o delegado responsável pelo caso, Francisco Benitez, que confirmou que o companheiro da vítima, Antônio Souza, é realmente o principal suspeito de cometer o atentado contra a ex-esposa. “Colhemos informações que eles estavam separados e que brigavam constantemente”, disse.
O delegado comentou ainda que pediu a prisão de Antônio e que o mesmo se encontra foragido.

“Fizemos buscas em diversos locais, mas ele conhece aquela área toda e até agora não foi visto em nenhum povoado nas redondezas”, explicou Benidez, que mantém as buscas com toda a sua equipe da Polícia Civil para localizar o suspeito do feminicídio.

Qualquer informação sobre o crime pode ser repassada ao Disque Denúncia pelo telefone 2253 1177 ou ainda através do aplicativo “Disque Denúncia RJ” disponível para celulares. O anonimato é garantido. Já o telefone da 168ª DP é (24) 3332-1268.

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