O prefeito Rodrigo Drable (PMDB) realizou na manhã de hoje em seu gabinete na prefeitura uma reunião. Lá, afirmou que seria um ponto de encontro para anunciar o que será feito para impedir a onda de criminalidade que tomou conta do município desde o mês de agosto. Ele anunciou que parte do Destacamento da Polícia Ostensiva (DPO) do bairro Vila Nova passará a funcionar no antigo Restaurante Popular, Centro, uma espécie de base de inteligência, e as blitzes no município irão voltar, inclusive de forma simultânea em vários pontos da cidade. Mesmo sendo um incômodo para muitos, Drable frisou que ou é feita a união entre governo, população, policias e entidades, ou todos estarão no alvo e poderão ser as próximas vítimas.
Mais de 100 pessoas participaram da reunião, que começou às 9h30min na prefeitura e terminou por volta do meio dia, no imóvel do desativado Restaurante Popular. Participaram moradores, estudantes, empresários, membros de órgãos de segurança, vereadores e deputados, entre eles Deley de Oliveira (PTB), Alexandre Serfiotis (PMDB) e o suplente de deputado estadual Gottardo Neto (PSL), que pode assumir a cadeira em breve novamente.
O prefeito começou o encontro explicando que a prefeitura e a sociedade não podem mais esperar uma atitude do Governo do Estado do Rio de Janeiro para a segurança. “O estado está falido. Cobramos. Mas sabemos que não vão fazer nada. Para se ter uma ideia, hoje o governo deve R$ 10 milhões para a Unidade de Pronto Atendimento de Barra Mansa, e nem assim a mesma deixa de atender, pois é utilizado recurso municipal, já que a população não pode deixar de receber atendimento médico”, expôs o prefeito.
Quanto à segurança, o prefeito falou de uma medida extrema. “Logo estaremos recebendo novas viaturas (que serão compartilhadas por um PM e um GM), mas até lá, nosso primeiro ato vai ser aumentar o número de blitzes em Barra Mansa. Nas entradas, saídas, principais acessos e até os poucos usados. Vamos cercar eles e pra isso, vamos ter que incomodar a população, vamos precisar parar o trabalhador em abordagens policiais. Sei que muitos vão reclamar de mim, vão falar mal. Mas ou é isso, ou vamos ser as próximas vítimas. Qualquer um hoje pode ser o próximo. Como vamos saber? Eu não quero ser. Nem a minha família. Muito menos vocês e seus parentes”, contestou Drable, dizendo que as blitzes para terem efeito serão realizadas de forma simultâneas.
O prefeito também comunicou o fortalecimento das rondas da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Segundo ele, desde que elas foram intensificadas, 17 traficantes já foram presos nas portas das escolas.
CONCESSÃO
O próximo passo é a concessão ao Governo do Estado do imóvel do Restaurante Popular, fechado desde setembro de 2016 por falta de verba. “Vamos montar ali uma base. Vamos trazer parte do efetivo do DPO da Vila Nova, a parte administrativa, de inteligência, para utilizar aquela área como um quartel. Ali eles estarão perto de tudo e prontos para identificarem os problemas, impedi-los e solucioná-los. Vamos mostrar a cara da polícia para os criminosos e dar mais segurança para a população”, defendeu Rodrigo, garantindo que o DPO do Vila Nova não será prejudicado pela divisão, sendo o mesmo até sendo reestruturado, para melhor ajudar no trabalho da polícia.
Muitas entidades empresárias participaram da reunião e prometeram a ajudar a prefeitura em gastos de materiais, como de tinta, de reforma. Quanto a isso, a população, segundo Rodrigo, também pode ajudar. “Sei que vocês pagam impostos. Mas se alguém puder dar uma mão ajudando na parte elétrica, outro pintando, assim vai. Isso é união. E vocês não estão fazendo isso para prefeitura, vocês estarão fazendo por vocês e pelas famílias de vocês”, comentou Drable, lembrando que foram 12 mortes no mês. “Como pai fico triste, pois desses assassinatos, uns cinco eram jovens. Não podemos permitir que isso continue”, completou.
Depois, o grupo saiu da prefeitura e seguiu para o Restaurante Popular, onde foi recebido pelo comandante do 28° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Damião Portella, e cerca de dez policias militares. Ele apoiou a iniciativa da prefeitura e lembrou do trabalho que estão realizando, inclusive destacando a audácia dos criminosos. Ele também lembrou da morte do cabo Eleonardo da Silva Félix, de 31 anos, ocorrida no dia 12 deste mês em um posto de combustível na Avenida Presidente Kennedy, no bairro Ano Bom. “Ele não estava trabalhando, mas ele como militar viu a situação e se viu na obrigação de fazer alguma coisa, sendo injustamente assassinado. Assim é a vida de cada um dos PMs hoje. Profissionais que estão nas ruas para combater pessoas como estas, mas que também podem acabar se tornando vítima. Mas não vamos permitir que isso aconteça”, garantiu Portella.
EFETIVO
Ao A VOZ DA CIDADE, ele disse que hoje o 28° BPM, que atende os municípios de Barra Mansa, Volta Redonda e Pinheiral, trabalhando com cerca de 700 policiais. Deste número, 165 atuam em Barra Mansa. Ele elogiou sua equipe e disse que hoje o maior problema é quanto a manutenção das viaturas, que estão em sua maioria em péssimo estado de conservação.
Rodrigo finalizou agradecendo o trabalho que o comandante e sua equipe estão fazendo para normalizar a situação e que a ativação do imóvel para os trabalhos da polícia deverão começar o mais rápido possível.
