Moradores aceitam proposta de construção de casas no Campo do Ferroviário

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BARRA MANSA

Conforme o A VOZ DA CIDADE informou na edição de ontem, na sessão Notas e Notas, foi realizada uma reunião na última segunda-feira na qual os moradores teriam aceitado que fossem construídas as casas de famílias que precisam ser realocadas por conta das obras de adequação ferroviária, o pátio de manobras, no Campo do Ferroviário. A informação foi confirmada hoje pelo governo municipal. Dezessete famílias serão contempladas com a obra que pode ser formalizada ainda neste ano e terá a duração de oito meses.

O encontro foi realizado no Parque de Saudade e contou com a presença do prefeito Rodrigo Drable (PMDB); do procurador do Ministério Público Federal (MPF), Júlio José Araújo Júnior; de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), como a coordenadora geral de Desapropriação e Reassentamento substituta, a engenheira Michele Mitie Arake Fragoso; dos deputados federais Deley de Oliveira (PTB) e Alexandre Serfiotis (PMDB); de representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Codec); e de moradores afetados pela obra.

Participaram 22 famílias, sendo 17 da Rua Dario Aragão e cinco da Várzea do Quartel. As casas dessas famílias precisam ser desapropriadas para dar lugar às obras do pátio de manobras que estavam paralisadas desde 2015 por conta de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público Federal a favor das famílias afetadas.

Inicialmente, um morador da Várzea do Quartel aceitou ir para o Campo do Ferroviário, enquanto os demais decidiram esperar a construção de suas casas no bairro em um terreno que fica localizado atrás de suas residências. Porém, o mesmo teria voltado atrás na decisão. Essa área ainda precisa de regularização e está sendo buscada pelo município.

Ficou mantido nesse encontro que as famílias da Rua Eduardo Junqueira só sairão de suas casas depois das novas estarem prontas e os documentos já nos nomes dos moradores. Durante reunião, o DNIT informou que os recursos financeiros previstos para este ano tem prazo de utilização até dezembro agora. Como o Campo do Ferroviário é de propriedade do DNIT, será cedido pela prefeitura, que ficará responsável pela regularização das escrituras dos novos imóveis. “Temos que garantir que essas pessoas não fiquem vulneráveis a outras decisões futuras. A solução encontrada foi a mais viável dentro de todos os fatores, para que ninguém corra riscos. Todos terão suas casas com escritura definitiva, oferecida pelo município no ato da entrega. E só sairão de suas casas atuais depois das obras concluídas e com a escritura em mãos. Uma solução boa para os moradores e para o município”, declarou o prefeito.

Para o procurador do Ministério Público Federal, Julio José Araujo Júnior, tanto o órgão como os moradores aguardam o envio das especificações do projeto e do termo de referência para discutir os termos finais do acordo. “Houve avanços, agora é necessário que os encaminhamentos da reunião sejam cumpridos”, afirmou.

SOLUÇÃO

O deputado federal Deley de Oliveira disse que a ideia sempre foi encontrar uma solução boa para os moradores e boa para a cidade. “Desde o início do governo, Rodrigo está se reunindo comigo e com o DNIT em Brasília em busca dessa solução. Estamos chegando num caminho. Se não podemos fazer o ótimo, vamos fazer o bom e o que seja melhor para todos”, destacou.

E quem comemorou mesmo o resultado da reunião foram os moradores. Marcelo Robert Andrade é representante dos moradores. Ele disse ao A VOZ DA CIDADE que o fato de não precisarem sair de suas casas para ficar em aluguel social, proposto anteriormente, foi uma vitória. Ele se refere ao acordo de que os moradores sairão apenas quando as novas casas estiverem prontas e ainda com as escrituras em mãos. Além disso, citou que outro ponto favorável para a decisão dos moradores foi o Campo do Ferroviário ser no próprio bairro. “Não queríamos sair da linha férrea e ficar ainda na beira dela, mas nos foi informado que até o final do ano a linha que vai para Angra dos Reis será retirada. Como ela passa atrás do Campo do Ferroviário ali ficará aberto. Além disso, a entrada das casas será pela Eduardo Junqueira e não pela Dario Aragão”, destacou, frisando que os moradores são a favor da mobilidade, mas se não fosse a luta travada ficariam muito prejudicados.

Marcelo falou que nesse encontro ficou satisfeito em perceber que todos estão lutando para resolver os entraves, envolvidos. “Saímos de lá entendendo que pode andar agora o processo. Estamos vendo envolvimento das partes”, completou.

Ao todo, 33 famílias precisariam sair das casas. Algumas aceitaram mudar para outras casas, outras, indenizações ou a compra assistida.

CASAS

As casas que serão construídas no Campo do Ferroviário terão redes de água e esgoto, 87 metros quadrados e dois andares, além de garagem. O Dnit se comprometeu a fazer ajustes no projeto, que deverão ser apresentados até a próxima semana. Com eles e a aceitação dos moradores, a questão está ainda mais perto do desfecho.

Durante o encontro o prefeito afirmou que a área terá espaço suficiente para construção de duas ruas de acesso, parquinho, área de lazer e outros espaços públicos que a prefeitura pode utilizar em benefício da comunidade.

Rodrigo Drable ainda falou do início da ciclovia que vai ligar Barra Mansa, Rio Claro e Angra dos Reis.  “No acordo entre o DNIT e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construção da ciclovia que vai até a o alto da serra de Angra dos Reis, tem no projeto o início praticamente em frente ao conjunto habitacional proposto. Aquele trecho ali vai ter uma passarela com uma ciclovia passando em cima, outro ganho para a localidade”, destacou.

 

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