VOLTA REDONDA
A programação do “Janeiro Branco” da Prefeitura de Volta Redonda inicia nesta segunda-feira, dia 22, com o “Festival de Vídeos: Loucos pela Vida”, no auditório da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Praça Rotary, na Vila Santa Cecília. O evento, gratuito e aberto ao público em geral, começa às 13h e inclui exibição dos cinco vídeos produzidos durante o trabalho do grupo Psicotrupe, um coletivo de profissionais que une psicólogos, arteterapeuta e cineasta com profissionais e usuários do Programa de Saúde Mental da rede municipal.
Os filmes servem de base para a discussão sobre a Saúde Mental e o processo desinstitucionalização em Volta Redonda. Também estão previstas a exibição de trecho de longa “Nise: O Coração da Loucura” e uma roda de conversa com técnicos e usuários da rede com participação do coordenador do grupo Psicotrupe, o psicólogo especialista em Ciência, Arte e Cultura na Saúde (Fiocruz) – e mestre em Ensino de Biociências em Saúde na linha de pesquisa em ensino não formal e Cienciarte – Roberto Silva.
De acordo com a psicóloga da Área Técnica de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Luiza Meira, o trabalho do Psicotrupe foi implementado nas unidades da rede municipal no final de 2022 como um instrumento de gestão que visa realizar junto aos profissionais e usuários vivências que possam ampliar o cuidado para além da visão biomédica e promover a emancipação dos usuários de saúde mental.
“Os encontros aconteceram em todos os cinco Caps (Centros de Atenção Psicossocial) com os profissionais e usuários do programa de saúde mental. E, a princípio, o objetivo do trabalho foi promover a livre expressão do usuário e o resgate e apropriação de sua história em um processo. Num segundo momento, a ação fortalece a participação no controle social para que o próprio usuário tenha protagonismo na sua busca por garantia de direitos”, explicou Luiza, lembrando que na última terça-feira (16) houve uma pré-estreia do festival para profissionais e usuários do Programa de Saúde Mental do município no Centro Cultural da Fundação CSN.
Outras atividades
A programação do “Janeiro Branco” ainda tem na próxima quarta-feira (24) a roda de conversa “Arte e Expressão: Fortalecendo a Saúde Mental, às 14h, no Caps (Centros de Atenção Psicossocial) Dr. Sérgio Sibilio Fritsch, no Jardim Belvedere. No dia 25, os usuários do Caps Vila Esperança, da Vila Santa Cecília, farão panfletagem no Zoológico Municipal. E no dia 30 de janeiro, às 10h, o Caps Usina dos Sonhos, na Vila Mury, promove roda de conversa com psicóloga e psiquiatra para usuários e familiares.
“A saúde mental ganhou ainda mais evidência com a pandemia da Covid-19. Os casos de ansiedade e depressão aumentaram, assim como o uso de álcool e outras drogas, resultando numa demanda muito maior. Por isso, trabalhamos para melhorar e evoluir o atendimento aos usuários, além de aprimorar a comunicação com a sociedade de forma geral”, ressaltou a coordenadora da Divisão de Saúde Mental de Volta Redonda, a médica Suely Pinto.
Rede de Atenção à Saúde Mental em Volta Redonda
Para as pessoas que não estão em surto e necessitam de atendimento, a porta de entrada para o serviço são os cinco Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que ficam nos bairros Retiro, Vila Santa Cecília, Conforto, Vila Mury e Jardim Belvedere. Entre os serviços oferecidos nesses locais estão o acolhimento, avaliações, consultas, medicações e oficinas terapêuticas.
O Hospital Nelson dos Santos Gonçalves (antigo Cais Aterrado) é a referência em urgência e emergência da Saúde Mental em Volta Redonda. O espaço tem enfermaria composta por 14 leitos, dois deles destinados a adolescentes. Os pacientes são atendidos por uma equipe composta por enfermeiro e assistente social, que fazem a abordagem, o acolhimento e encaminham para o médico avaliar se é necessária a internação.
O Espaço de Cuidado, que fica no segundo andar do Estádio Municipal General Raulino de Oliveira, também faz parte da rede de Saúde Mental. A equipe é composta por médico clínico, psiquiatra, auxiliar administrativo, enfermeiro, coordenador, assistente social, terapeuta prática integrativa, recepcionista e psicólogos.
O município possui ainda quatro residências terapêuticas para pacientes que perderam o vínculo familiar. As equipes são compostas por cuidador, auxiliar de serviços gerais, motorista, auxiliar administrativo e diarista.
E a Prefeitura de Volta Redonda implantou, ainda, a equipe de Articulação Territorial (Ar-te), que funciona com um psicólogo, um arteterapeuta e uma assistente social, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários. A atuação é em conjunto com Serviço de Abordagem Social da Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas) e com o programa “Consultório na Rua”, ligado à Atenção Primária em Saúde.