BARRA MANSA
Na manhã desta sexta-feira, dia 20, o prefeito Rodrigo Drable se reuniu na Fazenda da Posse com o secretário de Finanças, Leonardo Ramos, com o controlador-geral Rodrigo Amorim, acompanhado por Anderson Brasil, o procurador do município, Dr. César Catapreta, e a coordenadora de Arrecadação, Linamar Lago, para analisar os assuntos mais graves do ponto de vista orçamentário e financeiro que a cidade enfrentará no próximo ano.
A ideia central exposta na reunião foi a da criação de um Conselho Financeiro na cidade, para que seja realizado um estudo, junto com a sociedade, de alternativas aos problemas.
Em 2021, a Prefeitura de Barra Mansa pagará R$ 55 milhões apenas de previdência, pensões e aposentadorias. Ou seja, mais de 10% de todo recurso da cidade. Já em 2022, esse valor aumentará para R$ 85 milhões, o que faz com que o município tenha R$ 30 milhões a mais de despesa no próximo ano somente para arcar com aposentadoria.
“Nós temos hoje R$ 90 milhões de dívidas em precatórios que eu venho pagando dos governos passados. Só em relação aos processos das Organizações Sociais do governo do Jonas Marins, temos uma condenação de R$ 42 milhões para a prefeitura pagar, o que corrigindo, vai dar mais de R$ 50 milhões. Em 2021 estamos pagando R$ 1,2 milhão por mês, aproximadamente R$ 15 milhões no ano só de condenações judiciais de outros governos. Esse valor vai passar dos R$ 28 milhões só por conta dessa condenação causada pelo ex-prefeito”, citou Rodrigo Drable.
O chefe do Executivo ainda explicou o quanto isso interfere no futuro de Barra Mansa. “Com esses problemas, se torna inviável a gestão da cidade. Isso quer dizer que ano que vem, não é que teremos menos obras, teremos severas dificuldades em pagar os salários. Esses problemas, por mais que nós tenhamos tido êxito em administrá-los nos anos 2017, 2018, 2019 e 2021, daqui para frente, pela consequência dos governos passados, eles se tornam quase insuperáveis. São problemas que, mesmo criados em outras épocas, estamos enfrentando. São problemas da cidade, cuja solução é de médio e longo prazo, e quero compartilhar e oportunizar a sociedade civil para que nos deem sugestões e trabalhem com a gente na solução, porque essa conta cada munícipe vai pagar. Quero discutir isso de forma ampla e irrestrita com a sociedade civil”, declarou.
Drable acrescentou: “Barra Mansa tem feito um enorme esforço para romper com o modelo do passado, onde as informações eram escondidas, para que da forma mais transparente possível, nós façamos a discussão das soluções. Isso, na prática, é a aplicação do tão falado compliance, que pouca gente entende, mas na prática, nada mais é do que compartilhar de forma transparente as informações do processo decisório e a manutenção da integridade”.
Segundo o secretário de Finanças, Leonardo Ramos, a prefeitura está fazendo de tudo para melhorar a situação. “É importante deixar claro que todas as ferramentas financeiras foram utilizadas com o intuito de controlar as nossas despesas e receitas, bem como, otimizar nossos gastos, mas isso não está sendo suficiente diante do legado deixado pelo governo anterior”, afirmou.
O controlador-geral do município, Rodrigo Amorim, também falou sobre a gravidade do caso. “Apesar dos ingentes esforços no sentido de promover a adequada execução orçamentária e financeira no município, nós estamos vislumbrando novas soluções para esses problemas que vem surgindo, que é uma preocupação de médio e longo prazo, que precisam ser enfrentadas sob pena até de colapso do sistema financeiro do próprio município e a deficiência da entrega de políticas públicas para o cidadão”, concluiu.