VOLTA REDONDA
Desde o mês de fevereiro o prefeito Antonio Francisco Neto está recebendo relatórios sobre a alimentação escolar, com o objetivo de reunir elementos que justifiquem a retirada da empresa atual Especialy Terceirização Eireli e a contratação emergencial de outra para o serviço. O motivo seria a falta do cumprimento do contrato no cardápio oferecido aos estudantes da rede pública.
A empresa venceu em 2019, na administração do ex-prefeito Samuca Silva, o contrato para o fornecimento de merenda escolar para os mais de 40 mil alunos da Rede Municipal de Ensino. Na época a informação é que o novo contrato geraria uma economia de 25% aos cofres da prefeitura, mantendo os padrões e ainda haveria uma melhoria na qualidade da merenda fornecida aos estudantes das 104 escolas da rede municipal de ensino, 40 mil estudantes.
O valor inicial da licitação, que ocorreu na modalidade pregão eletrônico, teve a participação de 11 empresas e teve valor de mercado avaliado em R$ 22.016.836,45. O novo contrato foi assinado em R$ 16.553.355,91, gerando uma economia da ordem de 25%.
Nesta quarta-feira, 16, o prefeito Neto usou as redes sociais para falar sobre o assunto. Ele informou que a cada refeição tem um balanço do que está acontecendo nas escolas. “A situação desta empresa – contratada em 2019 – é muito difícil de ser revertida. Não aguenta tocar o que foi combinado, em um grande mal da administração pública. A empresa vem para licitação, ganha por um valor baixo e depois quer mais dinheiro. A reunião realizada com o diretor da tal empresa não me deixou nem um pouco animado sobre uma solução por parte deles. Então, vai ter uma solução de nossa parte. Repito: não vou deixar que ninguém faça covardia com nossas crianças. Estão brincando com o que não devem”, disse Neto que teve uma reunião na terça-feira com a direção da empresa, que terminou em impasse.
Havia a informação que o salário das merendeiras estaria atrasado, mas já foi feito o pagamento. A prefeitura informou que repassa todos os meses o valor do contrato para a empresa, sem atraso.
Vereador fala da situação da merenda escolar durante sessão
O vereador de Volta Redonda, Renan Cury (SDD) tem falado sobre a situação da merenda escolar oferecida na cidade que não estaria adequada. Ele ainda falou sobre a situação dos trabalhadores que estariam com atrasos no pagamento, como as merendeiras e também de funcionários de limpeza da saúde, outra empresa contratada pelo Poder Público.
Durante sessão de terça-feira, o vereador se pronunciou na tribuna da câmara para cobrar soluções com uma foto que recebeu da merenda das crianças da creche Aracy di Biase, no bairro Açude: no prato só havia feijão. “A educação enfrenta graves problemas. Falta salário para as merendeiras e alimento para as crianças. Não há o que justifique isso”, criticou o vereador. Ele recebeu denúncias dando conta que, na semana passada, teve escola da rede pública municipal servindo de café da manhã apenas vitamina de banana. Esta semana, segundo foi apurado por ele, as crianças estão tomando como café da manhã apenas um achocolatado ralo, com gosto de água – de tão diluído.
No prato, só feijão para as crianças – Foto: Divulgação
“A empresa prestadora de serviços não vem cumprindo o contrato. Tem situação idêntica da Especialy em diversas outras cidades do país. Em Volta Redonda, além de não pagar seus funcionários em dia, não fornece a alimentação adequada para as crianças. Já fui procurado por merendeira chorando porque não tinha dinheiro para a passagem”, afirmou Renan.
Os salários dessas merendeiras foram pagos, mas ainda não receberam vale-transporte e vale-alimentação. Sobre a outra empresa, de saúde, a Proatividade, o vereador destacou que após denúncia feita na semana passada, parte dos salários atrasados foi pago, mas não estão quitando rescisões contratuais nem depositando o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos funcionários.
