VOLTA REDONDA
Aconteceu na tarde desta terça-feira, 7, a primeira leva de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para apurar envolvimento do vereador afastado Paulinho do Raio-X e de outros parlamentares na suposta tentativa de extorsão ao prefeito Samuca Silva. Os primeiros a prestarem esclarecimentos foram o procurador da Prefeitura de Volta Redonda, Augusto César Vilela e o prefeito Samuca. O depoimento do procurador durou 13 minutos e o do prefeito pouco mais de duas horas, onde foram entregues as mídias do processo, ou seja, gravações de áudios e vídeos. Agora, a comissão, composta pelo presidente Rodrigo Furtado (presidente), Sidney Dinho (relator) e Fernando Martins (membro), pretende chamar outras cinco pessoas para deporem na próxima semana.
Segundo o presidente da comissão, o procurador falou sobre o que presenciou após o ato da prisão de Paulinho e representou também criminalmente o vereador após ser ameaçado. Além disso, o prefeito Samuca Silva falou sobre os fatos que antecederam a prisão do vereador até o desencadear do processo. “A declaração do prefeito foi primordial para elucidar os fatos. Ele falou ainda da ocorrência pós-fato, que também é alvo de investigação. É importante mencionar que o processo corre em investigação criminal pela Ciaf e por uma especializada do Ministério Público. E a recomendação é que a investigação fique em sigilo Haverão desdobramentos nas esferas criminal e administrativa da câmara também”, esclareceu Furtado.
Sobre os próximos depoimentos, num total de cerca de dez, cinco pessoas devem ser convidadas na próxima semana. Questionado sobre como a comissão pretende fazer para ouvir Paulinho do Raio-X, Rodrigo Furtado disse que estão ainda estudando meios, porque o vereador tem uma medida de segurança que o impede, por exemplo, de chegar perto de outros dois vereadores que também foram citados no processo e também serão ouvidos. Trata-se do presidente da Casa, Nilton Alves de Faria, o Neném, e Carlinhos Santana. “Paulinho será o último ouvido e os outros vereadores falarão antes”, completou o presidente da CPI.
A perspectiva é que a CPI seja finalizada num prazo de 60 dias. Ela foi publicada no dia 19 de março e deve ser finalizada até 19 de maio. “Em menos de um mês de trabalho, ao contrário que as pessoas poderiam pensar por conta do estado de calamidade pelo coronavírus, a comissão ouviu pessoas e estamos trabalhando muito para dar essa resposta para a sociedade”, destacou.
O CASO
O vereador Paulinho do Raio-X foi preso em flagrante no dia 7 de março, quando estava em uma sala com o prefeito Samuca Silva, onde supostamente receberia dinheiro que fazia parte de um acordo para que novos pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo, já que um primeiro não tinha sido aceito no Legislativo, não fossem instaurados. Ele teria citado no processo o nome de outros dois vereadores que negam participar do esquema. Paulinho foi solto no dia 9 por um habeas corpus e uma das determinações dizia que ele deveria ficar afastado da câmara e dos citados no processo enquanto as investigações estivessem em curso. A denúncia foi feita pelo prefeito Samuca ao Ministério Público.
A defesa do vereador ingressou, recentemente, com um pedido no Tribunal de Justiça, solicitando a volta do parlamentar aos trabalhos na câmara. Vale frisar que o seu afastamento não gerou perda de salário. Da mesma maneira, o suplente de Paulinho também entrou na Justiça solicitando o mandato.
1 comentário
A CPI deverá se concentrar por quais motivos S. Excia., o prefeito, se envolveu nessa história: haveria realmente motivos para sua cassação? os três vereadores fizeram ou receberam a proposta de propina?
Esse caso é muito nebuloso.
Eu, particularmente, não tenho confiança num indivíduo que esconde seu nome verdadeiro.