SOROCABA
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quinta-feira, 6 de novembro, por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). A determinação atende a um pedido da Polícia Federal, no âmbito da segunda fase da Operação Cópia e Cola, que investiga supostas irregularidades em contratos da área da saúde do município. O afastamento é válido por 180 dias.
De acordo com as investigações, há indícios de fraudes e desvios de recursos públicos em contratos firmados durante a atual gestão. A decisão judicial também prevê o bloqueio de bens de Manga e de outros investigados, em valores que somam cerca de R$ 6,5 milhões.
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Prefeitura e a empresas contratadas, além de residências de servidores públicos e empresários.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigo Manga afirmou que recebeu a notícia com “surpresa e indignação”, negou qualquer irregularidade e declarou que “está sendo vítima de perseguição política”. O prefeito disse ainda que confia na Justiça e que “a verdade vai prevalecer”.
Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto (PSD) assumiu interinamente a chefia do Executivo. Em nota, a Prefeitura informou que a transição foi realizada de forma tranquila e que os serviços municipais seguirão normalmente. “A administração municipal permanece comprometida com a transparência e a continuidade dos serviços públicos, garantindo que a população não seja prejudicada”, diz o comunicado oficial.
O afastamento de Manga ocorre em um momento de grande visibilidade política, já que ele é considerado um dos nomes de destaque do Republicanos no estado de São Paulo. Analistas apontam que o caso pode ter impactos diretos em suas pretensões políticas futuras.
A Operação Cópia e Cola teve início em 2023 e apura possíveis fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de contratos na área da saúde. A Polícia Federal afirma que o esquema envolvia o uso de empresas de fachada e a simulação de concorrência em licitações.
O prefeito Rodrigo Manga pode recorrer da decisão. Até o momento, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região não informou prazo para a análise de eventuais recursos.