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Prefeito de Angra clama por intervenção militar diante da situação da cidade

Por Mônica Vieira
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ANGRA DOS REIS

O prefeito Fernando Jordão (MDB) se manifestou, por meio de suas redes sociais, após os insistentes episódios de violência que tem causado pânico nos moradores de Angra dos Reis e decretou, hoje, situação de emergência. “A situação de insegurança pública pode afetar diretamente a efetividade do cumprimento dos Planos de Emergência Externo e Local da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, resultando como única solução responsável o requerimento de desligamento das Usinas Nucleares” afirmou. O comunicado aconteceu após o chefe do Executivo tomar conhecimento do incêndio em um ônibus na noite de segunda-feira, dia 20, na altura do bairro Belém, na BR-101 (Rodovia Rio-Santos) como forma de impedir a atuação dos agentes do 33° Batalhão da Polícia Militar nas comunidades. O prefeito clama pela presença das autoridades responsáveis pela intervenção militar no município, urgente.

O Decreto nº 11.026, assinado pelo prefeito e pelos 14 vereadores , atribui à Superintendência de Segurança Pública a responsabilidade pela emissão mensal de relatórios descritivos da situação de violência no município, com o objetivo de informar às autoridades competentes e propor soluções concretas que possibilitem a redução dos índices de criminalidade na cidade. Este relatório será encaminhado para os Ministérios Públicos Estadual e Federal em Angra dos Reis, o Gabinete de Intervenção Federal, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Desde o último sábado, dia 18, os moradores da cidade estão sendo as principais vítimas da guerra protagonizada por facções criminosas em busca da liderança do ponto de tráfico no Litoral. Durante a noite de segunda não foi diferente. Manifestantes fecharam a BR-101 (Rio-Santos) com um ônibus em chamas para coibir a presença da polícia nas comunidades.

A confirmação foi feita pela Polícia Rodoviária Federal, que disse que foi informada por volta das 19h55min, de que havia uma condução atravessada na pista no Km 488, na altura do bairro Belém. Uma hora e meia depois, o trânsito já estava normalizado.

Moradores relataram que os criminosos chegaram armados e mandaram que todos descessem da condução imediatamente, inclusive o motorista. Eles apontavam as armas para o alto e não agrediram ninguém. Em seguida, atearam fogo no ônibus e fugiram.

A Polícia Militar não se manifestou sobre o assunto.

Na tarde de hoje, Fernando Jordão cobrou, mais uma vez, ação efetiva da Intervenção Federal na cidade. O prefeito, que já esteve reunido várias vezes com o presidente da República, Michel Temer, e com o chefe do gabinete de Segurança Institucional, General Sérgio Etchegoyen, teve um encontro, no Rio de Janeiro, com o General Braga Netto, interventor federal.


INTERVENÇÃO MILITAR

Na segunda, o prefeito usou as redes sociais afirmando que tem cobrado providências. “Diante desse quadro de violência em nossa Angra, estou neste momento entrando em contato com as autoridades responsáveis pela intervenção militar em nosso Estado. Tudo para que as forças policiais garantam a segurança de nossa população, inclusive o direito de ir e vir”, disse.

Em seguida, o prefeito postou um vídeo com o título: ‘Angra é maior que a violência’. Nele, Jordão ressaltou que todos sabem o nível de insegurança que a cidade está vivendo e que ele tomou conhecimento do ônibus que foi incendiado. “Não vamos permitir esse tipo de atitude”, afirmou.

Jordão disse que já falou com as autoridades competentes, mostrando o que é necessário fazer pela segurança da cidade. Ele lembrou o que já foi feito, mas confessou que todas as medidas, como a criação do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) e do Disk Denúncia, entre outras medidas, ainda não estão sendo suficientes diante do quadro que o município se encontra. “O Gabinete de Integração Militar tem que reagir. Tem que vir ajudar a Polícia de Angra dos Reis. O 33° Batalhão da Polícia Militar tem feito de tudo, mas sem a ajuda de forças especiais, a gente não consegue combater a violência”, confessou Jordão, que antecipou que está indo para o Rio de Janeiro pra conversar com as autoridades e dar maior tranquilidade aos moradores do Belém e os demais de Angra dos Reis. “Estou solidário e preocupado com a violência da nossa cidade”, concluiu  prefeito.

Não é a primeira vez que Jordão pede ajuda da intervenção militar no município. Ele, inclusive, já esteve em Brasília (em fevereiro deste ano) para um encontro com o presidente da República, Michel Temer, do mesmo partido, onde fez a solicitação. Na época, Temer ficou de atender o ofício, mas nada foi feito.

AULAS NÃO FORAM RETOMADAS 

O A VOZ DA CIDADE fez contato com a assessoria da prefeitura para saber sobre as situações das escolas e a mesma desmentiu o boato de que as aulas teriam sido retomadas na rede municipal, no Belém. “A decisão inclusive se mantém por pedido dos próprios pais”, disse uma assessora, explicando que ainda não sabe quando as aulas irão retornar. “Os postos de saúde também continuam fechados”, disse.

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