Preços aumentam em postos e mercados mesmo após reabastecimento

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BARRA MANSA

Mercados e postos de combustíveis começaram a ter seus abastecimentos regularizados, no entanto os preços seguem acima do comercializado antes da greve dos caminhoneiros. A gasolina, motivo de muita briga e polêmica durante a paralisação, está sendo vendida na faixa de R$ 5,20 o litro em postos de combustíveis da cidade, podendo ser achada também a quase R$ 6. Já uma cartela com 30 ovos de galinha, encontrados em torno de R$ 7 antes do movimento grevista, agora podem ser adquiridos por R$ 14.

A empresária Adriana Barros Tavares abasteceu o carro em um posto de Barra Mansa. À reportagem do A VOZ DA CIDADE ela contou que durante a greve utilizou somente o gás natural veicular (GNV), mas que apesar de considerar o preço alto (R$ 5,29), teve que abastecer. “Não tem jeito, acho um absurdo, mas tenho que colocar, nem que seja o mínimo”, justificou-se.

Motoristas têm que se desdobrarem para acharem gasolina abaixo de R$ 5 em Barra Mansa – Foto: Fábio Guimas

O comerciante Marcelo de Carvalho ficou todo esse tempo sem rodar de carro e voltou a dirigir somente nesta quarta, após o fim da manifestação dos caminhoneiros. Ele, que abastecia o carro no momento da entrevista, revelou que apoiou os protestos, mas lamentou o fato do aumento no preço da gasolina. “Vim colocar aqui que é foi o mais barato que encontrei, R$ 4,99. Já vi que em alguns lugares está quase R$ 6, R$ 8, R$ 9. É muito imposto que pagamos”, criticou.

A Petrobras voltou a aumentar o preço da gasolina, depois de cinco quedas consecutivas do valor do combustível. A partir de hoje, o preço nas refinarias subirá 0,74% e passará a ser de R$ 1,9671 por litro. Em maio, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras acumula alta de 9,42%, já que em 28 de abril o litro custava R$ 1,7977.

ALIMENTOS

O empresário de Barra Mansa, Paulo Igídio, foi até um supermercado no Centro na tarde desta quarta-feira, dia 30, para fazer comprar para o feriado e o fim de semana. Ele disse que se assustou com preços exorbitantes. Paulo citou a batata, que esta quarta era encontrada por R$ 7,99 o quilo. “Eu ia comprar uns cinco quilos, agora vou ter que comprar bem menos. No final essa greve não adiantou nada, fortaleceu mais o governo e subiu demais o preço dos produtos. O povo brasileiro é muito egoísta, tinha que ter apoiado os caminhoneiros”, opinou.

Presidente da Averj de Supermercados – uma das principais redes de abastecimentos de mercados da região-, Vinicius de Souza Marassi acredita que em dez dias o abastecimento dos estoques deva ser normalizado. “A logística funcionando bem, em dez dias tudo estará normal. É preciso fazer a engrenagem voltar a funcionar. O desabastecimento dos itens mais perecíveis como o setor de hortifruti e açougue continuam sendo os que mais sentiram com a paralisação. Em um contexto geral, as lojas ainda atendem à população fazendo o possível para que haja alternativas para o consumo”, citou o presidente.

A rede atende aos municípios de Barra Mansa, Volta Redonda, Valença, Vassouras, Paulo de Frontin, Porto Real, Quatis, Rio Claro, Piraí, Arrozal, Floriano, Itatiaia e Pinheiral.

HORTIFRUTI

O gerente de uma rede de supermercados, Henrique Bortoloso, explicou que 60% do estoque de hortifruti já foi abastecido e estima que em até três dias tudo seja normalizado. Ele garantiu que os transtornos foram muitos durante os dez dias e tentou manter os preços, sem aumentos desproporcionais.

“O aumento que tivemos foi por conta do fornecedor, não estamos aumentando nada por conta própria, mantivemos o preço até em respeito aos nossos clientes. Ainda faltam alguns produtos chegarem, principalmente os perecíveis, pois não podemos ter um estoque muito grande. Mas o setor de açougue, legumes e verduras já estão sendo abastecidos. Antes eu tinha descarga de produtos três vezes por semana, mas não tive isso em nenhum dia nesse período. Acho que até no início da outra semana esteja tudo normalizado”, falou.

Ele revelou ainda que alguns caminhoneiros que prestam serviço ao supermercado chegaram a tomar caminhos alternativos entre Valença e Barra Mansa para conseguirem driblar os bloqueios nas estradas, chegando a levar até seis horas de viagem.

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