SUL FLUMINENSE
O consumidor tem buscado opções mais baratas na hora de escolher a proteína da refeição. Segundo a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), os supermercados fluminenses registraram um aumento de 22% na venda de ovos nos últimos 60 dias.
Com a inflação em alta, os consumidores têm feito contas na hora de fazer a lista do supermercado. Entre os produtos mais caros está a carne bovina, impactada por diversos fatores como a redução na quantidade de boi disponível para o abate, a demanda internacional aquecida e a chegada da entressafra em algumas regiões do país.
O frango, que seria uma opção para substituir a carne vermelha, também registrou aumento de preço. Segundo a Asserj, o preço subiu cerca de 5% nos últimos 30 dias. “Como não há previsão para o preço da carne bovina baixar, já estamos prevendo aumentos consecutivos na venda de ovos, que é um alimento mais prático de preparar e exige menos ingredientes”, frisa o presidente da Associação, Fábio Queiróz.
Em média, cada brasileiro come 251 ovos ao longo de um ano. É um volume recorde, alcançado em 2020, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera a média mundial, que é de 230 ovos por pessoa, anualmente. “Estamos numa boa fase de consumo de ovo. Os nossos associados sabem que é um item que não pode faltar na prateleira. Dependendo da rede, o consumidor consegue bons preços em dias de promoção”, finaliza Fábio.
CARNE PESA NO ORÇAMENTO
A opção pelos ovos ocorre mesmo em virtude da alta do preço da carne bovina, a grande paixão nacional. Na casa da comerciária Walesca Gomes, 43, desde 2020 os churrascos foram limitados às ocasiões especiais e a carne limitada no cardápio diário. “Não dá, quem aguenta pagar R$ 39,90 o quilo de carne? Minha família era animada, churrasco quase todo fim de semana e com o preço caro e a pandemia fazemos somente quando é aniversário de alguém. No dia a dia, almoço e janta, também reduzi. Temos comprado muitos ovos, carne de frango e porco”, comenta a trabalhadora que adotando a estratégia de evitar a carne bovina economiza média de R$ 100 nas compras. Para efeito de comparação, uma cartela com a dúzia de ovos custa em torno de R$ 11 em alguns estabelecimentos do Sul Fluminense. Já o quilo da carne, com cortes como contrafilé ou alcatra, parte de R$ 39,90.
Para o mecânico Alexandre Júnior, 38, a rotina em casa foi adaptada pela alta da carne. “Meus filhos adoram ovos e a esposa também. Compro umas três cartelas com 30 unidades, ao mês. A carne compramos raramente. Geralmente peço pra moer a que estiver mais em conta e a esposa faz misturada ao macarrão. Não temos mais como antes, um bife para cada um à mesa”, opina o chefe de família que com as despesas em geral no supermercado compromete 80% da renda. “Se incluir a carne, faltará dinheiro para outras contas”, argumenta.