Preço da carne bovina influencia na alta da inflação de novembro

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SUL FLUMINENSE

O fim de semana promete ser de mercados cheios e muita procura por bons preços e cortes de carne bovina. Garantir a carne do churrasco tem ficado cada vez mais difícil, afinal, há no momento menor oferta da carne bovina no país e com isso, alta nos preços. Com o advento da peste africana que afetou o rebanho de suínos da China, o país asiático ampliou o consumo de carne bovina brasileira. Com isso, o Brasil fatura com a maior demanda de exportação e os frigoríficos acabam por aumentar o valor da mercadoria aos estabelecimentos nacionais. A lei da oferta e da procura mexe com o cenário econômico e já teve reflexos na inflação de novembro.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, nesta sexta-feira, devido à alta do preço da carne bovina a inflação oficial do país subiu para 0,51% em novembro, após registrar alta 0,10% no mês anterior. Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%. No acumulado do ano, a inflação registrou 3,12%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em novembro, com destaque para despesas pessoais (1,24%), alimentação e bebidas (0,72%), e habitação, que passou de uma deflação de 0,61% em outubro para alta de 0,71% em novembro. Juntos, os três grupos corresponderam a 82% do IPCA de novembro. “A aceleração no grupo alimentação e bebidas deveu-se, principalmente, ao comportamento dos preços das carnes, que registraram alta de 8,09% e contribuíram com o maior impacto individual no mês (0,22 ponto percentual)”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.

Para a economista Aline Bresciano, a tendência é que o mercado nacional siga com a carne bovina em alta. “A crise da carne suína na China deve levar um tempo a normalizar. O consumo tende a ser alto por lá, exportando carne brasileira. E também aqui, quando sabemos que os brasileiros adoram festas e o churrasco de fim de ano só faz crescer essa procura de carne vermelha. Penso que será o momento de a dona de casa pesquisar ainda mais, fazer estoque ou tentar trocar o produto na rotina diária”, comenta.

Na região, muitos consumidores reclamam do valor da carne. O quilo do contrafilé pode ser encontrado a partir de R$ 41, a picanha a R$ 70. “Esta muito caro mesmo, o que antes eu pagava comprando dois quilos tá quase levando apenas um”, comenta a dona de casa Berenice Menezes, de Resende. Para os estabelecimentos, a meta é criar ofertas. “Fim de semana teremos oferta de carne e bebida. É uma chance de vendermos mais carne, como patinho, alcatra, paleta, fraldinha. Tudo na faixa de R$ 29,90 a R$ 45, o quilo. Sentimos um pouco a queda nas vendas, mas até o Natal melhora”, projeta o comerciante Joaquim Oliveira.

INPC SOBE PARA 0,54% EM NOVEMBRO

O IBGE também divulgou hoje (6) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes salariais e referente às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. O INPC teve alta de 0,54% em novembro, acima dos 0,04% registrados em outubro. O acumulado do ano está em 3,22% e o dos últimos 12 meses foi para 3,37%, contra 2,55% nos 12 meses anteriores. Em novembro de 2018, a taxa foi de -0,25%.

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