SUL FLUMINENSE
Em 8 de março foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. O que pouca gente sabe é que no dia 17 do mesmo mês, é celebrado o Dia da Policial Militar Feminina. Em todo o Estado do Rio de Janeiro, 12% do efetivo é formado por mulheres. Aqui na Região Sul Fluminense e Costa Verde, coordenadas pelo Cel PM Assis do 5° Comando de Policiamento de Área (CPA), são 6%, um total de 160 militares femininas comprovando que lugar de mulher, é onde ela quiser. Na manhã de ontem, dia 21, o A VOZ DA CIDADE esteve na 5ª Região Integrada de Segurança Pública (5ª RISP), no bairro Vila Mury, em Volta Redonda, para conhecer um pouco do trabalho dessas profissionais que compõem a estrutura da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).
Para falar sobre o assunto, o jornal A VOZ DA CIDADE foi recebido pelo tenente-coronel Jackes com as policiais do 5° CPA 1° sargento Paula, cabo Maria, 3° sargento Fabiana, 2° sargento Bernardes e cabo Luana. Ele destacou que nada mais justo que seja feita uma homenagem às mulheres, que ao longo do tempo vêm conquistando espaço na corporação. “Elas entraram na corporação há 42 anos atrás, e foi um marco. Havia inicialmente um preconceito, mas elas com expertise e sabedoria foram quebrando cada um dos obstáculos que foram surgindo ao longo do tempo. E hoje, elas desfrutam da igualdade, da atividade com os homens. Atuam de igual forma. Seja na administração, nas rádios patrulhas, diversas abordagens, principalmente quando é mulher”, explicou, completando que nesta última, é importantíssimo a presença da policial para que não haja qualquer tipo de constrangimento. “Uma das suas várias características é a do acolhimento”, destaca o tenente-coronel.
Pelo 5° CPA, o 10° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Barra do Piraí é o que possui um efetivo maior, com 71 mulheres. No 28° BPM de Volta Redonda, são 36, seguido do 33° BPM de Angra dos Reis com 19, o 37° BPM de Resende com 18, 11 diretamente no Comando de Policiamento de Área, e cinco na 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Paraty; no total de 160 policiais femininas (6%). Os demais 94% são formados por homens, um total de 2.458, também coordenados pelo 5º CPA.
O tenente-coronel Jackes destaca ainda que no 5° CPA ao longo do tempo foram realizadas diversas atividades e serviços, que foram ampliados em função da presença da mulher. “Nós temos a Patrulha Maria da Penha, um serviço essencial criado na corporação e a presença delas neste contexto tem sido muito importante, pois trazem para esse ofício o sentimento que elas têm de acolhimento, num momento de trauma como são as ocorrências relacionadas a Lei Maria da Penha”, disse o policial, lembrando que na semana passada tiveram um evento no 5° CPA relacionado ao tema mulher, levando palestras aos policiais sobre o trato nas ocorrências envolvendo mulheres e todo o cuidado que devem ter ao tratar a mulher, para que não se torne um segundo trauma. “É uma preocupação que a corporação vem tendo nesse sentido; e obviamente por trás disso, tem a presença da mulher, até porque a coordenação desse serviço, da Patrulha Maria da Penha, é uma mulher que exerce essa função, Ten Cel PM Cláudia. Sendo a Patrulha Maria da Penha um Programa prioritário do nosso secretário Cel PM Henrique.”, comenta Jackes, frisando que existem várias mulheres em destaque na corporação exercendo posições de liderança, como na direção da Unidade Prisional, no Centro de Formação de Praças e em diversas outras áreas.
HISTÓRIAS
São muitas as histórias que essas policiais femininas têm também em seu currículo. Vão desde conhecer o seu companheiro por também atuar na policia, ou entrar na corporação por incentivo do marido por também fazer parte; dificuldades em usar o banheiro por causa da retirada do colete; e até mesmo, bolsa estourada, trabalho de parto e bebê literalmente a bordo. Essa última, aconteceu com a cabo Maria. ‘Minha bolsa rompeu no trabalho, inclusive no dia do meu chá de bebê, fui para o hospital de viatura, sirene ligada, igual filme”, disse. Sobre ser profissional da policia e mãe, ela explica como funciona essa junção. “Desde que meu filho nasceu, ele faz parte da nossa rotina, pois meu marido também é policial. A nossa rede de apoio é aqui, a gente acaba se ajudando e o comando apóia”, comentou.
Sobre as abordagens nas ruas, a cabo Luana explica que a mulher tem que saber se impor. “Alguns homens não aceitam ser abordados por mulheres, e às vezes ainda temos essa dificuldade. Temos que nos impor o tempo todo. Então a mulher em si tem esses trabalhos, ela tem que se impor na rua, ser profissional e lutar pelo seu espaço”, finaliza a policial.