VALENÇA
A equipe da 91ª Delegacia Policial (DP) de Valença instaurou inquérito para apurar a denúncia de cárcere privado em uma área rural do município. Um homem de 60 anos é suspeito de manter a mulher e duas filhas nesta situação durante 22 anos. A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio informou nesta segunda-feira, dia 3, que o homem é considerado foragido.
Conforme as investigações da delegacia, além de cárcere privado, ele poderá responder por outros crimes, como porte ilegal de arma de fogo, abandono material e intelectual, ameaça e violência doméstica. Diligências estão em andamento para localizar e prender o acusado.
A polícia encontrou o local após receber uma denúncia anônima. Quando os agentes chegaram à residência, o suspeito conseguiu fugir e escapou da prisão.
O CASO
No dia 29 de setembro, uma mãe e duas filhas, de idades não informadas, foram socorridas de cárcere privado em uma residência no bairro Pentagna. A equipe da 91ª DP esteve no local após receber denúncia de que um homem, foragido da Justiça por acusação de homicídio, estava escondido na fazenda. A Polícia Civil juntamente com a 92ª DP de Rio das Flores, foram ao local informado, mas ele percebeu a aproximação das equipes e fugiu para uma área de mata e não foi localizado.
PRIVADAS DO MUNDO
Os policiais conversaram com três mulheres que estavam na casa, a mãe, e as filhas, uma delas menor. Ela (a mãe) relatou que suas filhas não possuem documentos, não frequentam a escola e também eram desestimuladas a ir ao serviço de saúde do município. Mas, disse que recebia na casa a visita esporádica de um representante da assistência social da prefeitura.
“Após a confirmação, junto ao serviço social, restou claro que as mulheres eram privadas de sua liberdade de locomoção, além de privadas de frequentar escola e a rede pública de saúde”, disse a Polícia Civil por meio de nota.
O titular Flávio Narcizo determinou que os policiais da 91ª DP, apoiados pela 92ª DP e pela Guarda Municipal de Valença, retirassem as vítimas da condição de cárcere. “As três mulheres vitimas ficarão abrigadas na casa de parentes. A mãe relatou que viviam nessa condição há mais de 20 anos e que a filha mais nova nasceu na residência onde moravam, pois seu companheiro a impedia de fazer pré-natal e a também a proibiu de ser assistida no momento do parto”, completou a Polícia Civil.
Os parentes das vítimas relataram aos policiais que acreditavam que elas estivessem mortas, já que há mais 20 anos não conseguiam contatos com elas.
A Polícia Civil segue a procura do homem.