RIO/SUL FLUMINENSE
Policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) deflagraram, na terça-feira, dia 18, a Operação Omiros, contra uma organização criminosa que roubava celulares e ainda praticava extorsões contra as vítimas, visando desbloquear e revender os aparelhos. Os agentes buscaram cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV) e as diligências ocorreram na Capital, nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Barra do Piraí e também no Estado de São Paulo, que resultou na prisão de 37 pessoas.
Segundo a Polícia Civil, após a realização de interceptações telefônicas e quebras de dados telemáticos autorizados pela Justiça, as investigações revelaram que o grupo não apenas subtraía os dispositivos. Pressionava violentamente as vítimas para obter senhas e acessos aos mesmos. Faziam uso de ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias. Essa estratégia tornava a organização ainda mais lucrativa, pois dispositivos desbloqueados têm maior valor de revenda e permitem o acesso a contas bancárias e aplicativos financeiros das vítimas.
A Polícia Civil contou ainda que o primeiro elo da organização envolvia a subtração dos celulares em áreas de grande circulação, como Duque de Caxias, Calçadão de Bangu e Central do Brasil. Que para garantir exclusividade no fornecimento, os líderes davam armas aos assaltantes, eliminando intermediários e estabelecendo vínculos diretos com traficantes que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros. Após a subtração do dispositivo, entrava em ação o núcleo de extorsão da organização criminosa, que utilizava diferentes métodos para coagir as vítimas a fornecerem senhas e acessos financeiros, como ameaças via aplicativos de mensagem ou SMS, uso de informações obtidas na dark web, golpes de phishing e pressão psicológica.
“Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas”, informou por meio de nota a Polícia Civil, completando que o grupo montou uma complexa estrutura financeira para lavar o dinheiro obtido com a venda dos celulares desbloqueados e das extorsões. “Esses recursos eram distribuídos entre contas bancárias de terceiros, dificultando o rastreamento, sacado em espécie e escondido em locais strategics e também como fonte de receita da “caixinha” da organização, que financia as atividades criminosas e disputas territoriais e garante pagamentos para parentes de faccionados, estejam eles presos ou em liberdade”, frisou.
Estrutura empresarial’
Segundo a polícia, a organização criminosa era composta por três núcleos operacionais: o núcleo Duque de Caxias que era responsável pela liderança operacional, recebimento e revenda dos celulares roubados. O núcleo Bangu, que atuava na adulteração dos aparelhos e na comercialização dos dispositivos. Enquanto o núcleo Central do Brasil era especializado em golpes de phishing, desbloqueio e revenda direta dos celulares roubados.
Além da separação por áreas, cada integrante foi apontado para uma função específica no grupo, que ia desde a articulação logística, passando pela administração de grupos para venda de celulares roubados ao núcleo focado em realizar as extorsões.
Além disso, a investigação revelou que os criminosos ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.
O A VOZ DA CIDADE fez contato com a Polícia Civil para confirmar se ocorreram prisões em Barra do Piraí ou se somente diligências. Se, caso, sim, a quantidade de presos. Contudo, até o fechamento desta edição, não tivemos retorno.