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Polícia Civil prende mulheres suspeitas de venda de remédios abortivos em Resende

Por Cyntia Freitas
a voz da cidade
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RESENDE

Uma ação conjunta de agentes da Polícia Civil dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, realizada nesta quinta-feira, dia 12, resultou na prisão de duas mulheres suspeitas de participarem de uma quadrilha especializada na venda de medicamentos abortivos. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Resende. Uma outra mulher, suspeita de envolvimento no crime está foragida. A ação foi coordenada pelo delegado titular da 89ª Delegacia de Polícia (DP), Ronaldo Aparecido de Brito.

O delegado informou que as investigações foram iniciadas no dia 6 de abril do ano passado quando o Conselho Tutelar de Resende foi acionado pela Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Resende (Apmir) para atuar em uma situação envolvendo uma tentativa de aborto. As informações hospitalares davam conta que a criança recém-nascida apresentava lesões no olho, corte na orelha e uma possível fratura na cabeça. “Durante investigação, os agentes apuraram que a mãe, engravidou de seu ex-namorado e não desejava a gravidez. Ela fez pesquisas em uma rede social sobre métodos abortivos e optou por comprar quatro injeções que seriam aplicadas todas de uma vez, abaixo do umbigo. As injeções, que teriam custado a quantia de R$1,7 mil, não havia identificação e, possivelmente foram adquiridas por pessoas residentes no Estado de Minas Gerais”, explicou o delegado, informando que as injeções foram aplicadas no dia 3 de maio de 2021 e no 6 de maio de 2021. “Quando iniciaram as contrações a mãe recorreu a Apmir”, complementou.


Brito informou ainda que durante as investigações foi possível chegar até as suspeitas, após a quebra de sigilo bancário da mãe da criança. Ele explicou que foi comprovado que duas mulheres receberam a quantia paga pela mãe da criança. “Chamaram atenção as enormes quantias transferidas das contas das mulheres para a outra mulher que está foragida. Analisando as movimentações financeiras uma das mulheres presas enviou para a foragida entre os meses de março e setembro de 2021 a quantia de R$ 310.334,57, sendo que ela declarou renda mensal de R$1,7 mil, valor incompatível com a sua movimentação bancária. Enquanto que a outra presa depositou na conta da foragida, entre os meses de fevereiro a setembro de 2021, o valor de R$ 243.647. Vale lembrar que a depositante não possui renda declarada, sendo que a abertura de sua conta junto à Caixa Econômica Federal, foi assinada pela mãe por ser sua representante legal”, explicou, informando que as diligências ocorreram em Resende, nas cidades mineiras de Belo Horizonte e Joaquim de Bicas e Lajeado (RS).

Uma das mulheres foi presa em sua residência. Já a outra, que atualmente está grávida, foi localizada em uma pousada acompanhada de seu namorado. Essa foi a segunda vez que a mulher foi presa. Em 2019 foi detida por falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.  Os locais das prisões não foram informados pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado, a mãe da criança vai responder por crime de aborto tentado.

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