Mãe e padrasto presos preventivamente: Polícia Civil apura encontro de ossada em Barra do Piraí

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BARRA DO PIRAÍ

Agentes da Delegacia de Polícia de Barra do Piraí investigam o encontro de uma ossada de uma criança dentro de uma mala, na tarde de segunda-feira, dia 21, em Ipiabas. O corpo pode ser de uma menina de 11 anos desaparecida há cerca de seis meses. A mãe e o padrasto são suspeitos. Eles ainda não tinham sido encontrados, mas no início da noite de desta terça-feira prestaram depoimento na 88ª Delegacia de Polícia e tiveram a prisão preventiva decretada. A mala foi encontrada em um terreno próximo ao endereço do casal.

Segundo informações, aparentemente se trata de um corpo de uma criança, e a polícia apura se trata da mesma menina cuja família (pai e tia) estiveram na delegacia no último sábado, dia 18, para registro do desaparecimento. Também segundo as informações, a tia da menina, de parte materna, teria ido passar o Natal em Barra do Piraí e desconfiou das desculpas, que, segundo ela, a mãe deu para que a mesma não visse a criança, que era portadora de problema mental. “Após a desconfiança, eles ligaram as datas e perceberam que já tinha meses que a mulher supostamente inventava desculpas sobre a criança para que a mesma não fosse encontrada”, disse um Policial Civil. “Isso gerou desconforto e eles começaram a suspeitar que alguma coisa estava errada e acionaram os agentes da 88ª DP, que saíram em diligências e encontraram a ossada dentro de uma mala”, explicou um inspetor, ressaltando que, inclusive, a mesma foi encontrada próximo ao endereço do padrasto da criança desaparecida. Na imagem da própria polícia, é possível ver que a mala estava suja de terra, o que aparenta ter sido desenterrada há pouco tempo, já que, se estivesse há mais dias no local, teria chamado atenção pelo forte cheiro.

A Polícia Civil informou ainda que o pai não via a filha desde julho, já que a mãe havia entrado com uma medida protetiva contra ele. “A medida foi feita em agosto, mas suspeitamos que a menina tenha morrido em julho e a mãe, supostamente, tenha feito isso com medo que o pai descobrisse o óbito, como forma de ganhar tempo”, comunicou a polícia.

O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) onde passará por exame cadavérico, que será acompanhado e analisado pela Polícia Cientifica, que dirá se é ou não o corpo da menina desaparecida.

MORADORES ASSUSTADOS

O A VOZ DA CIDADE conseguiu contato com alguns moradores do distrito de Barra do Piraí que conhecem a mãe e o padrasto da criança. Eles falaram que a menina, aparentemente, tinha problemas sérios e que quase não saia da cama, muito menos de casa. Eles dizem que a mãe da criança teria apresentado um laudo para a sua mãe (a avó da menina), dizendo que a mesma tinha morrido de causas naturais e que estava com medo de contar para o ex-marido.

“O pai tinha uma medida protetiva contra ele, talvez por esse motivo não pôde salvar a vida da filha. Infelizmente, muitas vezes, as mães usam dessa tal medida para se vingar do ex-companheiro, mas acho que deveria ser feito uma averiguação minuciosa em certos casos para ver de fato o que está acontecendo”, disse um morador, que preferiu não se identificar. “Infelizmente um anjo pagou com sua vida pelo erro dos pais ou da Justiça, que pra mim foi injusta, já que está criança, se for comprovado ser ela, pode estar morta há seis meses, mesmo período que pediu a ação afastando o pai”, completou.

Outro morador comentou que o padrasto, suposto autor, era um rapaz calmo e tranquilo, mas que depois que começou a morar com a mãe da criança, que tem outros três filhos, começou a ficar diferente. “Eles estavam sempre em bares e as crianças com o ar de abandono”, disse um conhecido próximo.

TESTEMUNHAS E DNA

O delegado titular Wellington Pereira Vieira passou à tarde de ontem ouvindo testemunhas da família da criança desaparecida, mas não informou sobre o teor das conversas ao A VOZ DA CIDADE.

O caso segue para investigação e o corpo segue no IML, onde será realizado um exame de DNA para saber se a ossada encontrada é a mesma da criança que está desaparecida.

CASO SEMELHANTE EM 2013

Manicure teria assassinado o menino João Felipe – Divulgação

Um segundo crime também chocou a população de Barra do Piraí no ano de 2013, onde o corpo de uma criança também foi jogado em uma mala. A manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, na época com 22 anos, assassinou, a sangue frio, o pequeno João Felipe Eiras de Santana Bichara, de apenas seis anos, supostamente por vingança, contra o pai da criança, com quem ela afirmou ter uma relação extraconjugal.

Suzana ligou para a escola se passando pela mãe do jovem, dando dados que só pessoas próximas a criança saberia, afirmando que por um mal entendido, a babá teria o levado para o colégio por enganado, e que ele teria que sair para uma consulta médica.

João Felipe foi retirado do colégio por um táxi, contratado por Suzana, e que levou ele e a manicure para um hotel, no Centro. Em menos de 30 minutos depois da entrada de Suzana com o menor, ela pediu um segundo táxi para que fosse embora. Nesse momento ela já havia matado João asfixiado com uma toalha.

Ela seguiu para sua casa, na Rua Cristiano Ottoni, também no Centro, onde escondeu o corpo de João dentro de uma mala. Por conta dela ter decido com o menino envolto em um pano, o taxista que os levou para casa, desconfiou do caso, e acompanhado da recepcionista do hotel, entrou em contato com a polícia, que fez uma diligência até a casa de Suzana, encontrando o corpo de João. Suzana foi condenada a 32 anos de prisão em regime fechado.

 

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