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Polícia Civil faz operação para cumprir quase 90 mandados de prisão; 30 presos e três menores apreendidos

Por Mônica Vieira
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SUL FLUMINENSE

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do 5° Departamento de Polícia de Área (DPA), realizou, nesta segunda-feira, dia 19, uma grande ação contra o tráfico de drogas nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa e em Angra dos Reis. Os envolvidos lucraram em cerca de um ano, milhões. As operações Cana Brava e Kautar tiveram como objetivo cumprir 88 mandados de prisão e 97 de busca e apreensão, sendo seis de adolescentes, contra integrantes de uma organização criminosa de traficantes que atuam em todo o Rio de Janeiro. No total delas, até a última atualização desta reportagem, 30 pessoas foram detidas, entre elas uma mulher; e três menores apreendidos.

Em Volta Redonda, a ação foi coordenada pelo delegado titular da 93ª Delegacia de Polícia (DP) Luiz Jorge. Cerca de 150 policiais civis e 70 viaturas de diversas delegacias participaram da ação, que teve apoio dos 7° e 4° departamentos de Polícia de Área; Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) e Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

As investigações identificaram que um traficante é apontado como chefe de pontos de vendas de drogas, principalmente no bairro Jardim Belmonte, em Volta Redonda, onde conta com um grupo de criminosos fortemente armados. Por meio de um trabalho de inteligência e monitoramento, os agentes registraram imagens dos bandidos atuando perto de uma escola pública. Os policiais constataram, ainda, que a liderança dos traficantes também mantinha outros três pontos de venda de entorpecente naquela região.

POPULAÇÃO USADA COMO MURO

A operação Cana Brava tem alvos em Volta Redonda, Barra Mansa e Angra dos Reis. Segundo a Polícia Civil, traficantes ordenam invasões de moradores para dificultar ações policiais, servindo como uma espécie de muro. Com o decorrer das investigações e diligências, moradores de Jardim Belmonte, Vale do Paraíba e Padre Josimo, em Volta Redonda, começaram a invadir áreas no entorno dessas regiões e que davam acesso aos principais pontos de venda de entorpecente naqueles bairros.

A Polícia Civil disse ainda que os agentes constataram que as ocupações foram coordenadas e ordenadas pelo chefe do tráfico de drogas da localidade, com o objetivo de criar uma barreira que impediria ou retardaria a entrada de policiais nas comunidades.

De acordo com as investigações, os moradores que invadiam as regiões eram escolhidos e alinhados com a organização criminosa e deveriam construir barracos visando passar a imagem de que já havia pessoas ocupando a área.

Os policiais também descobriram que os traficantes pretendiam invadir outros bairros para ampliar seu território. Para isso, estavam investindo na compra de armamento, como fuzis e granadas.

TRÁFICO LUCRA CERCA DE R$ 20 MILHÕES

As investigações revelaram que o tráfico de drogas na região movimentou, entre 2020 e 2021, cerca de 350 quilos de cocaína, gerando um lucro ao final da compra de aproximadamente R$ 20 milhões.


A organização também contava com uma advogada, que exercia a função de braço jurídico da facção, e comparecia à delegacia a mando do chefe do tráfico de drogas para coagir ou impedir que presos ou testemunhas revelassem alguma informação que poderia ir de encontro aos interesses da facção.

EXPULSÃO DE FAMÍLIA DE POLICIAL PENAL

Uma das ações mais recentes da organização criminosa foi a expulsão da família de um policial penal do Estado de São Paulo, no dia 26 de novembro deste ano. Na ocasião, ele entrou em confronto com traficantes do bairro Jardim Belmonte para defender seu irmão.

Em represália da ação do policial, sua família teria sido expulsa do bairro e teve a casa incendiada pelos traficantes.

OPERAÇÃO KAUTAR

A operação Kautar, junto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), também apura o trafico de drogas, identificando ao longo das investigações 65 pessoas ligadas ao crime.

O MPRJ ressalta que a organização criminosa investigada atua de forma violenta e com o uso de armas de fogo. Em junho deste ano o grupo realizou, inclusive, uma invasão armada de território dominado por facção rival. “Verifica-se, portanto, que o bando adota postura expansionista e extremamente intimidadora tanto em face dos moradores dos locais dominados, como em relação a traficantes rivais, sendo premente que haja a atuação estatal no sentido de prevenção à formação de ‘poder paralelo’ nesta cidade, como já ocorre com tantas outras em nosso Estado”, aponta o MP fluminense.

A investigação verificou que eles utilizavam o WhatsApp de maneira corriqueira para organizar sua estrutura de tráfico, se dividindo em grupos para diferentes atividades. Havia grupos específicos para monitoramento de forças de segurança, para questões de logística, para troca de mensagens entre os gerentes, para o comércio de drogas em bairros específicos e para a comunicação dos líderes da facção que integravam.

Nesses grupos os infratores discorrem abertamente sobre o movimento de venda de entorpecentes, os lucros obtidos com a prática e sobre o monitoramento das forças de segurança pública. Diante do robusto acervo já obtido durante a investigação, o MPRJ requereu a prisão temporária dos envolvidos e as buscas em seus endereços, com objetivo de conseguir mais elementos de prova relevante para o ajuizamento de ação penal.

Material do tráfico de entorpecentes, cadernos de contabilidade, munição, rádios comunicadores e dinheiro em espécie foram apreendidos, a ser contabilizado.

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