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Polêmica envolvendo influencer de Curitiba e volta-redondense para na polícia

Por Carol Macedo
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VOLTA REDONDA/CURITIBA

Um caso tem rendido muita discussão nas redes sociais. De um lado, a influencer de Curitiba, Patrícia Miguez, de outro, o volta-redondense Faber Wesley de Sales Alberto. Os dois lados procuraram as respectivas delegacias de suas cidades e seus advogados entrarão na Justiça. Patrícia acusa Faber de perseguição, por ter colocado seus dados pessoais em postagens. Já as advogadas de Faber entraram contra a curitibana por difamação, pois afirmam que seu cliente teve suas redes sociais hackeadas.

Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, Patrícia de 34 anos, disse que está com medo, por isso fez os vídeos solicitando compartilhamentos. O vídeo chegou a ter 46,2 mil compartilhamentos, 16,7 mil curtidas e 903 comentários. No sábado, 15, a defesa de Faber conseguiu uma liminar obrigando a retirada dos vídeos do ar. O vídeo foi retirado do ar pela autora no sábado.

No vídeo que Patrícia, contou que estava sendo ameaçada, relatando uma linha do tempo de comentários de Faber em sua página. Tudo teria começado na segunda, 9, em um comentário de um vídeo, quando o perfil falou que ela era frustrada e que algum homem tinha machucado seu coração. “Na minha página do Instagram falo sobre feminismo e não é a primeira vez que vejo um comentário desse tipo, estou acostumada. Recebo ofensas de homens machistas e não me importo, mas na quarta, dia 10, ele falou outras coisas e ainda colocou meu CPF na postagem”, disse. No mesmo dia, duas horas depois, foi escrito pelo perfil: “Agora em também entendi porque você tem tanta revolta de homem. Você cresceu sem pai”. Coloca depois a data de nascimento de Patrícia, o nome de sua mãe. “Ele sabia que meu pai tinha morrido. Como ele tinha esses dados? Outras pessoas podem estar com meus dados também”, disse Patrícia, que também colocou outras postagens dele perguntando se a Melissa que ela tinha comprado número 44 tinha servido, que a ração que ela comprou no valor de R$ 199,90 cai o pelo do cachorro, e sobre uma calça que tinha também comprado.

Sobre a fala de que Faber teria sido hackeado, a influencer, que na terça-feira já tinha feito uma ata notorial sobre as ameças e na quinta-feira foi na delegacia, diz que ele terá que provar. Segundo ela, não foi apenas na sua página que as ameaças aconteceram, mas também com as pessoas que compartilharam o vídeo que ela fez, do perfil e de outro fake criado. “Ele disse que as pessoas não podiam compartilhar senão ia processar. Se eu for hackeada e fizerem isso através da minha conta, a primeira coisa que farei é amparar a pessoa, não intimidar. Não poderia ficar calada diante de tantas situações, principalmente depois que descobri que ele tem histórico, foi indiciado na Lei Maria da Penha, por violência contra sua ex-companheira. Ele será julgado em maio do próximo ano”, disse, completando que não está atrás de likes e nem seguidores nas redes sociais, que está tendo crises de ansiedade devido o ocorrido.

Sobre a liminar, disse que retirou em respeito a mulher que entrou com medida protetiva contra Faber, mas que em breve fará outro vídeo para se pronunciar.

O OUTRO LADO


Defesa de Faber diz que suas redes foram hackeadas – Reprodução

Uma das advogadas de Faber Wagner, Daniela Grégio, disse que seu cliente estava sem condições de falar com a imprensa nesse momento, pois estava sob medicação. Ao A VOZ DA CIDADE, contou que motoqueiros tentaram invadir a residência do seu cliente. Ele não estava, mas os vizinhos disseram que havia movimento na porta, não está conseguindo ir trabalhar, assim como sua esposa, além do que sua mãe está no hospital, e ele teve que deixar sua casa.

Foi feito na quinta-feira, 12, boletim de ocorrência na Delegacia de Volta Redonda, no dia em que ele tomou conhecimento do que estava acontecendo. “Faber não estava acessando as redes sociais dele. Me mandou mensagem às 23h40min de quinta-feira desesperado e fomos na delegacia. Ele está disposto a entregar todos os aparelhos, disse que não sabia que tinha sido hackeado. Entendo a situação da Patrícia, mas ela se precipitou. Imagina se ficar comprovado que ele foi hackeado? Ela mostrou peças de processos, com dados da ex-companheira dele. Meu cliente não está conseguindo trabalhar porque não pode sair na rua devido as ameaças, discriminação, o telefone não parava de tocar com falas horríveis e ameças de morte”, destacou a advogada.

Sobre o processo em que responde de violência contra a mulher, destacou que é um suspeito e é com o julgamento que decisão final sai. Dra. Daniela lembrou que em muitos casos desse tipo a inocência é comprovada, por isso, a influencer pode ter se precipitado.

Segundo a advogada, foi tentado contato com a influencer de Curitiba, através da esposa de Faber, tentando explicar a situação ocorrida, mas ela foi bloqueada. “Era para ela entender o que estava acontecendo, que nosso cliente foi vítima. Ela está interessada em se autopromover”, afirmou a advogada, informando que abriu processo contra Patrícia por difamação, ao divulgar em vídeo dados de processo que não houve condenação.

Daniela Grégio considerou como importante a decisão judicial, no sábado, 15, emitida pelo juiz Marcelo Costa Pereira, do cartório de plantão judiciário de Volta Redonda, que determina a retirada dos vídeos feitos por Patrícia em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. O juiz considerou que a repercussão do caso tem gerado um julgamento popular e que o caminho adequado para a rigorosa investigação dos fatos e firmes punições não seria esse.

No domingo, através de uma rede social de uma das suas advogadas, Faber disse que falava pela primeira vez e que estaria muito abalado com o que estava acontecendo. “Quero agradecer aos que estão me apoiando. Estou muito abalado, recebi ameaças, prints de grupos de motoboys que iam invadir minha casa. Sou pai de família, levo minha filha na escola, não estou conseguindo trabalhar. As pessoas que me conhecem sabem que sou uma boa pessoa”, disse.

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