VALENÇA
Após mais de 2h30min feita refém, morreu na tarde de hoje a jovem Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, de 31 anos. Ela foi mantida refém pelo ex-namorado no estacionamento do Centro Universitário de Valença (UNIFAA). Ele, identificado como Janitom Celso Rosa Amorim, de idade não divulgada, é policial militar lotado no 37° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Resende. A jovem, que levou um tiro no rosto, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo apurado pelo A VOZ DA CIDADE, o fato foi presenciado inicialmente por seguranças da faculdade, que perceberam uma discussão entre um homem e uma mulher, dentro de um carro, no estacionamento. Quando eles se aproximaram, logo notaram que o elemento estava armado, solicitando reforço. Neste momento, agentes do 10° Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram acionados após informações de que a jovem era mantida refém no campus. Uma equipe da 91ª Delegacia de Polícia (DP) de Valença também foi solicitada e, por mais de duas horas, tentou negociar com o criminoso pela vida da jovem. Em vários vídeos divulgados por alunos e funcionários da instituição, uma pessoa comenta que o criminoso dizia a todo momento que a ex-namorada não sairia dali viva.
Por volta das 12 horas, várias pessoas que estavam presentes na\ UNIFAA, orientados pela instituição a não saírem de onde estavam por questão de segurança, ouviram tiros. Em outros vídeos, pessoas aparecem se lamentando, dizendo: “Mataram a moça. Não precisava”. Em seguida, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deixou o local em alta velocidade no intuito de salvar Mayara, que foi atingida na região da bochecha. Ela chegou a ser reanimada no caminho, mais acabou sofrendo várias paradas cardíacas, vindo a óbito no Hospital Escola de Valença.
A jovem era estudante do curso de Pós-graduação de Odontologia. Já o PM, que cometeu o crime, foi detido pela polícia local, que, quando deixava o campus, teve que conter os presentes que tentaram impedir a passagem da guarnição no intuito de linchar o indivíduo.
Ele foi encaminhado para a 91ª Delegacia de Polícia, onde responderá pelo crime de feminicídio.
NOTA DA UNIVERSIDADE
O A VOZ DA CIDADE fez contato com o Centro Universitário de Valença, que expôs que a unidade vivenciou nesta sexta um trágico e absurdo caso de feminicídio em seu campus. “Um acontecimento inesperado em uma cidade tão tranquila quanto Valença, mas que infelizmente reflete um cenário nacional de violência contra a mulher. Vivenciar essa situação é revoltante e extremamente entristecedor. Nos sentimos impotentes ao testemunhar, mesmo com ação imediata da polícia no local, um desfecho trágico”, disse a fundação. “Estamos todos muito abalados e unidos em pensamento pela família da Mayara. Seguimos colaborando com autoridades no desdobramento da situação e à disposição da família para suporte nesse momento de dor”, completou a UNIFAA, ressaltando que todas as atividades (presenciais, remotas e EaD) estão suspensas até a próxima segunda-feira, dia 30.