Plebiscito Popular será lançado em Resende neste sábado no Calçadão de Campos Elíseos

Ato público acontece das 10 às 13 horas com presença de coletivos locais e debate sobre temas nacionais

Por Cyntia Freitas
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RESENDE

O ato público de lançamento da votação do Plebiscito Popular – “Por um Brasil mais justo!” será realizado neste sábado, dia 2, no Calçadão de Campos Elíseos. A atividade, que ocorre das 10 às 13 horas, marca a participação do município na mobilização nacional que já está em andamento desde julho, visando ampliar a escuta popular sobre temas fundamentais para o futuro do país.

O Plebiscito Popular é uma forma de consulta direta à população, prevista na Constituição Federal de 1988. No entanto, desde então, o Brasil só realizou um plebiscito oficial, em 1993, quando os eleitores decidiram pela permanência da República como forma de governo e pelo presidencialismo como sistema de gestão.

Apesar disso, entre os anos 2000 e 2014, movimentos sociais organizaram cinco plebiscitos populares: sobre o pagamento da dívida externa (2000), a entrada do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (ALCA 2002), a privatização da Vale do Rio Doce (2007), o limite da propriedade da terra (2010) e o sistema político do país (2014).

Em 2025, os organizadores do novo plebiscito propõem três perguntas centrais à população. A primeira questiona: “Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial, e pelo fim da escala 6×1?”. A segunda trata da tributação progressiva: “Você é a favor de que quem ganhe mais de R$ 50 mil pague mais imposto para que quem recebe até R$ 5 mil não pague imposto de renda?”.

Já no Estado do Rio de Janeiro, uma terceira pergunta foi acrescentada, abordando um tema local e urgente: “Você é a favor da revogação da privatização dos serviços de água e saneamento?”. O período de votação seguirá até o dia 7 de setembro, com urnas instaladas em locais de grande circulação pública.

Um dos coordenadores locais do Plebiscito Popular é o jornalista Álvaro Britto, integrante do Coletivo Popular de Resende. Ele reforça a importância da mobilização e do engajamento da sociedade. “É importante todos se manifestarem sobre temas tão relevantes para a melhoria da qualidade de vida. Quanto mais votos, maior a chance das propostas se tornarem realidade”, afirmou.

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Álvaro Britto convida população a participar do Plebiscito – Divulgação

De acordo com Britto, até setembro será organizada uma extensa agenda de votação em pontos de alta circulação como feiras livres, escolas públicas, praças, faculdades, fábricas, igrejas, sindicatos, postos de saúde e pontos de ônibus. Os resultados da votação serão amplamente divulgados e encaminhados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.

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Ana Sória destaca impacto da jornada na vida das mulheres – Cyntia Freitas

Outra liderança à frente da organização do evento é Ana Sória, militante da União Brasileira das Mulheres (UBM) de Resende e integrante do Conselho Municipal de Direitos da Mulher. Ela destacou que, paralelamente ao plebiscito, a UBM também realiza a Conferência Livre da Mulher na cidade. “Um dos principais temas é o impacto do trabalho na vida das mulheres. A jornada exaustiva, os contratos precários, a escala 6×1 e a dificuldade de conciliar maternidade e vida profissional precisam ser debatidos com seriedade”, disse.

Para Ana, o fim da escala 6×1, proposta pelo plebiscito, pode gerar impactos positivos imediatos. “Essa mudança beneficiará muitas mulheres, abrirá novos postos de trabalho e poderá trazer de volta à ativa trabalhadoras afastadas pelas condições duras da rotina profissional”, destaca.

Relato de uma comerciária

O impacto da atual escala de trabalho foi relatado por uma comerciária de Resende, que trabalha há anos em um supermercado tradicional da cidade e preferiu não se identificar. “Sou comerciária há muito tempo e desde que meus filhos eram pequenos, trabalho nessa escala 6×1. Por causa disso, perdi muitos momentos com eles, passeios, conversas, convivência. Sinto que a infância deles passou e nós não tivemos tempo juntos. Se tivéssemos a escala 5×2, como está sendo proposto, seria muito melhor. Ainda tenho esperança de aproveitar o tempo com eles como família”, conta.

Além do aspecto emocional, ela também destacou os problemas físicos enfrentados por quem trabalha nesse ritmo. “Trabalhar em supermercado exige esforço constante. Já tive tendinite, dores no joelho, na coluna e no braço. A maioria dos colegas sente o mesmo. Com apenas um dia de folga, não dá tempo de descansar. Nossa rotina se resume a acordar, trabalhar, voltar, dormir e começar tudo de novo. Isso não é vida. Todos nós deveríamos ter o direito ao descanso e à convivência familiar, assim como outras classes que têm melhores condições.”

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