PIB fluminense deve sofrer redução de 9,9% no segundo trimestre

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RIO DE JANEIRO

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio de Janeiro, no segundo trimestre de 2020, é de queda de 9,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado nesta terça-feira, dia 22. O índice é o pior em 17 anos, período de toda a série histórica disponível. No entanto, a retração é menos intensa que a do PIB nacional, prevista em -11,4%. Perante o primeiro trimestre o recuo é de 8,4%.

De acordo com o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, nos meses de maio e junho a indústria e o comércio apresentaram dinâmica mais positiva.“O desempenho está relacionado ao forte impacto da pandemia sobre a atividade econômica, principalmente no mês de abril. Considerando os dados divulgados pelo IBGE até 2017 e os nossos estudos dos últimos anos, vimos que essa é a retração mais intensa”, explica. O estudo aponta que a menor queda da economia fluminense em relação ao resultado nacional está relacionada ao desempenho da indústria extrativa. Enquanto os demais setores reduziram a produção, de acordo com as estimativas, o setor de óleo e gás apresentou elevado crescimento (14,5%) na comparação com o segundo trimestre de 2019, impulsionado pelo aumento das exportações de petróleo.

A indústria de transformação foi o setor mais afetado no estado (-18,9%), principalmente por conta da queda na fabricação de veículos automotores. A Firjan explica que a crise argentina já vinha influenciando negativamente o setor automobilístico e que a pandemia aprofundou o recuo. A construção civil também apresentou queda (12%). O setor de serviços teve retração de 11,5%.

PROJEÇÃO REVISADA PARA 2020

Considerando as incertezas relacionadas à pandemia, à política e ao quadro fiscal, mas também os primeiros sinais de retomada observados na indústria e no comércio, a Firjan revisou a projeção do PIB fluminense para 2020, com a retração passando de 6,4% para 4,6%. A previsão é de que o setor de serviços tenha o maior impacto negativo (-6%). As expectativas para a indústria de transformação (- 5,9%) e para a construção civil (-6%) também são negativas. A única contribuição positiva para a atividade econômica do estado nesse ano deve vir da indústria extrativa (+6,9%).

Para 2021, a expectativa é de crescimento de 3,3% no cenário base, que considera a circulação de pessoas normalizada e a reforma tributária e a PEC Emergencial (186/2019) aprovadas no primeiro semestre. A previsão para a indústria de transformação (3,4%), a construção civil (0,3%) e a indústria extrativa (3%) é de crescimento. O setor de serviços também deve crescer (3,3%), impulsionado pelo maior dinamismo do mercado de trabalho. Porém, mesmo que esse crescimento se confirme, o PIB fluminense fica 1,4% abaixo do nível pré-pandemia.

O estudo traz ainda cenários pessimista e otimista para 2021. No cenário pessimista, com segunda onda da pandemia, escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China provocando desvalorização do preço do petróleo, além de pior desempenho do quadro fiscal, a economia do estado deve crescer apenas 1,8%. No cenário otimista, com descoberta de vacina, continuidade do Regime de Recuperação Fiscal e aprovação de reformas estruturais no primeiro semestre, a previsão é de crescimento de 4,3%.

 

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