Pezão aparece em evento político e não descarta retorno à vida pública

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PIRAÍ/ SUL FLUMINENSE

CAROL MACEDO 

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Uma figura conhecida na vida pública chamava atenção no evento em Barra Mansa na terça-feira, 15, que reuniu o governador Cláudio Castro, prefeitos de toda a região, secretários, no Sesc: o ex-governador Luiz Fernando Pezão. Além de outras programações, a cidade sediaria o Fórum dos Prefeitos do Médio Paraíba, mas esse evento foi cancelado com a ida do governador para Petrópolis devido a situação da chuva que deixou mais de 50 pessoas mortas, até o fechamento desta edição. Pezão chegou quando Castro anunciava que deixaria a cidade. Foi muito bem recebido pelos presentes. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE disse que não descarta seu retorno a vida política, mas isso apenas quando conseguir “limpar seu nome”.

“Tenho vontade de retornar, sou político. Estou fazendo em 2021 40 anos de vida pública, com todas minhas contas aprovadas, mas tenho que voltar com a minha vida em paz. Não posso voltar com condenação. Quero limpar meu nome estou fazendo isso arduamente”, disse.

Pezão foi condenado a 98 anos de prisão em junho do ano passado por corrupção. A sentença, publicada pelo juiz Marcelo Bretas, que atribuiu crimes que dizem respeito às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava Jato no Rio. Bretas considerou em sua sentença que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes, após assumir o Governo do Estado.

A condenação está sendo recorrida no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e Pezão tem esperanças de já conseguir derrubar sua condenação. “Até hoje, passados sete anos, não tem provas e não vão aparecer. Bretas disse que tenho dinheiro no exterior e até hoje nada foi achado”, apontou. Para o ex-governador, sua acusação fez parte de uma onda naquele momento de prender políticos. “Para mim o Bretas não me julgou. Nem analisou minha defesa”, completou.

De acordo com Pezão, dos vários processos julgados por Bretas nenhum subiu para o Superior Tribunal de Justiça, foi revertido ainda no TRF2. “Tudo que foi vivido, todas as ações do Mouro (Sérgio), foi uma espetacularização tremenda do Ministério Público. Todos com problemas na Justiça, inclusive pedido de demissão do órgão público inteiro, não por meu processo, mas por outras situações. O próprio Bretas tem três delações premiadas contrárias a ele. Estou há sete anos sendo investigado e nada foi achado. De R$ 40 milhões que falaram que eu tenho, não acharam nada”, destacou.

PIRAÍ

Pezão está inelegível até este ano, segundo decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Legalmente, se não tiver sua condenação confirmada, pois hoje responde em liberdade a condenação de 98 anos de prisão, poderia disputar a eleição de 2024. Como Pezão começou sua vida política em Piraí, sendo vereador e prefeito, foi questionado se retornaria para a política disputando a prefeitura. Sua resposta: “Aí não sei”.

AMIZADES

Muito querido por todos que estavam presentes ao evento de terça-feira, Pezão disse que esse é o ativo que carrega. “Ninguém me tira isso. Todo dia tem gente na minha casa, empresários, políticos, membros do MP, desembargadores, empresários, amigos que fiz nesses 40 anos de vida pública. Eles não me esquecem e é o melhor presente que tenho. É muito fácil acusar e acabar com a vida da pessoa, da família, tudo isso sem prova, mas me dá conforto é ter os amigos, pessoas queridas ao redor”, relatou Pezão que ficou preso um ano e 11 dias. Ao sair, em dezembro de 2019, ficou com a tornozeleira eletrônica por quase dois anos. Está sem há cerca de um ano. Questionado se também se incomodava com isso disse: “Muito melhor do que estar na prisão. Um dia na prisão acaba com a vida da pessoa”.

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